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terça-feira, 17 de junho de 2008

Les Invalides.

Antes de Luiz XIV, os soldados velhos ou inválidos, eram teoricamente cuidados em hospitais conventos. Na realidade, muitos tornavam-se pedintes. Em 1670, o “Rei Sol” fundou os “Invalides”. Trata-se de uma edificação militar. Quando olhamos cada uma das suas janelas, vemos em seu redor que a decoração consiste na armadura de um soldado. Na revolução francesa, em 14 de julho de 1789, os rebeldes invadiram os Invalides, em busca de armas, e de lá saíram levando nada menos que 20 000 rifles. Isso é o que eu chamo de investida bem sucedida. A nossa aproximação turística do local foi lenta! Eu já preveni. A França, em especial Paris, é o lugar dos grandes espaços. Passamos um tempão nos aproximando de cada lugar, enquanto caminhamos na sua direção. Tomamos um susto ao chegar. Depois de entrar, havia a indicação de venda ingressos à esquerda. Duas máquinas de auto – atendimento disponíveis. A aceitação de pagamentos, entretanto, era somente em cartão de crédito. Infelizmente o nosso cartão de crédito não foi aceito, o que levantou a nossa suspeita sobre a sua validação para uso internacional, conforme havia sido solicitado ao Banco.
Tarde demais para resolver o problema, já me preparava para admitir que não veríamos a tumba de napoleão, Foi quando acidentalmente descobri que havia sim, a opção de comprar o ingresso sem espécie. Bastaria andar um pouco mais, talvez uns 200 ou 300m, dentro do prédio dos Invalides. Lá à frente, muito à frente mesmo, havia sim bilheterias.
Os Invalides comporta um museu de armas. Como não curto muito isso, detive-se na visita à parte principal do prédio. Alí foi concedida uma honra pouco comum ao Napoleão, cujo corpo encontra-se acomodado abaixo da cúpula em um belíssimo esquife de alabastro. A sua roupa e o famoso chapéu usados por ele em Santa Helena, estão lá expostos com destaque especial. No equivalente em uma igreja ao que chamaríamos de um nicho, está o corpo do General Foch, General francês da resistência. Aquele que deu nome à avenida que desemboca no arco do Triunfo. Homenagem menor, mas não menos significante. Conheci pessoas para quem Napoleão foi alvo de grande admiração. A glória de uns porém, é muitas vezes a desgraça de muitos outros. Os Invalides ainda hoje, reserva uma parte do seu espaço ao atendimento de vítimas de guerras. Foi ao passar próximo a essa área, que presenciei ainda que de forma atenuada, às conseqüências dos combates atuais. Não sei lá de quais guerras teriam sido aquelas vítimas. A maioria estava em cadeiras de rodas. Um deles, atingido na cabeça, falava coisas ininteligíveis para os que passavam. Outro, muito quieto, estava um pouco afastado, sobre a grama do jardim, aproveitava o sol, mas tinha o olhar vazio e distante. E um terceiro, bem vestido, em pé, e postado de forma elegante. Aparenteva uns 45 anos, e estava cego.
As conseqüências das guerras são menos exibidas do que os itens dos museus.

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