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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Vinho e o Bispo de Mainz (Alemanha)

Marcelo Copello, recentemente escolhido o melhor jornalista de vinhos do Brasil, é autor do excelente livro Vinhos & Algo Mais. No capítulo Vinho & Religião, ele transcreve o relato do filósofo alemão Goethe, de um sermão do bispo de Mainz (alemanha), que merece ampla divulgação:

"Que aquele que ao terceiro cálice sente turvar-se a razão, se fique pelos dois cálices, se não quer ofender a Deus e ser desprezado pelo próximo; mas aquele que depois de ter bebido cinco ou seis cálices, fica em estado de fazer o seu trabalho e obedecer as ordens dos seus superiores eclesiásticos e seculares, que esse absorva humildemente e com reconhecimento a parte que Deus lhe permitiu tomar. Que cuide bem, todavia, de não passar o limite de seis medidas, pois é raro que a bondade infinita do senhor conceda a um dos seus filhos o favor que em boa hora concedeu a mim, seu servo indigno. Bebo oito cálices de vinho por dia e nenhum de vós poderá dizer que alguma vez me viu entregue a injusta cólera, injuriar meus pais ou meus conhecidos ... Que cada um de vós meus irmãos, fortifique, pois, o corpo e rejubile o espírito com a quantidade de vinho que a bondade divina lhe permitiu absorver." Amém.

Lembrarei deste sermão durante a sexta edição da Feira da Uva e do Vinho do Nordeste (Vinhuva Fest 2009), que começará na próxima semana no Vale do Rio São Francisco.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre Irineu Evangelista.


O Barão de Mauá, depois Visconde de Mauá, ainda é um tanto quanto desconhecido dos brasileiros nos dias atuais.

Nascido Irineu Evangelista de Souza, enfrentou dificuldades extremas para alcançar os seus objetivos, ainda que os realizasse sob a aprovação e admiração geral, sem que nada contra sí jamais pudesse ser imputado de modo a desonrá-lo.

De origem humilde, partiu do nada e, uma só das suas muitas realizações bastaria para consolidar alguém como um extraordinário empreendedor. Tornou-se à sua época, um dos dez homens mais ricos do mundo ao desempenhar o seu papel na modernização do Brasil imperial.

Ele ia da relação fraterna com os humildes à intimidade com os poderosos do império e das finanças internacionais. Desfrutava do apreço público pelas suas inegáveis qualidades pessoais. Diz-se dele que mais do que um empresário foi um estadista "que realizava a sua utopia transformadora através dos negócios".

Alvo da inveja, terminou vítima de sabotagens por parte de aliados do Imperador, e até mesmo de perseguições do próprio D. Pedro II. Levado ao declínio, sua extraordinária vitalidade e força interior, o levaram a reiniciar o soerguimento com a idade de 60 anos.

Inteligência, coragem, determinação, paciência, perseverança, persistência, habilidade nos relacionamentos interpessoais, foram sem dúvida parte integrante do seu admirável legado.

Para que se lhe faça justiça, um dia ele precisaria ser reconhecido como o maior empresário brasileiro de que se tem notícia.

Com todo respeito aos que pensam o contrário, considero que Luiz Inácio da Silva, depois Lula, é o Barão de Mauá da nossa política.

Notícias de hoje, 23 de setembro de 2009:


Pesquisa // Aprovação a Lula é de 81%

Brasília - A avaliação positiva ao governo Lula subiu em setembro, atingindo 69%, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem. No levantamento de junho, o índice de ótimo/bom para o governo Lula era de 68%. A oscilação ocorreu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos porcentuais. A avaliação regular ao governo Lula caiu de 24% para 22%, na mesma base de comparação, enquanto o índice de ruim/péssimo subiu de 8% para 9%. A aprovação pessoal ao presidente Lula subiu de 80% para 81%, mas a desaprovação também subiu, passando de 16% para 17%, entre junho e setembro. A pesquisa CNI/Ibope foi realizada no período de 11 a 14 de setembro e ouviu 2.002 pessoas, em 142 municípios.

Lula é o político mais popular do mundo, diz revista americana
Do UOL Notícias
Em São Paulo.

Um dia depois de a aprovação a seu governo alcançar 69%, de acordo com uma pesquisa do instituto Ibope, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi chamado pela revista americana Newsweek de "o político mais popular do mundo".

A publicação afirmou também que o brasileiro é a maior estrela da 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada nesta quarta-feira (23) em Nova York."As câmeras podem focar na personificação do americano descolado, Barack Obama, ou nos autocratas exibicionistas e despeitados como o iraniano Mahmoud Ahmadinejad e o venezuelano Hugo Chávez, mas a maior estrela disponível será o duro, barbado e ex-torneiro mecânico", diz o texto.

"É um longo caminho do faminto Nordeste do Brasil para a sala da Assembleia Geral das Nações Unidas, mas o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conhece cada passo desse caminho", afirma a Newsweek, completando que o presidente "é considerado agora o líder de uma potência regional e um porta-voz autodesignado para as nações emergentes de todo o mundo".

Sobre os quase 70% de aprovação do governo Lula, a Newsweek escreve que "essa seria uma característica marcante em qualquer lugar, ainda mais em um continente onde os presidentes são uma commodity descartável". Em entrevista à revista, o presidente brasileiro diz que os resultados da economia e a recuperação da autoestima do país ajudam a explicar os motivos de sua alta popularidade.

(Clicando no título acima ("Sobre Irineu Evangelista"), você terá acesso à íntegra da matéria da Newsweek)

sábado, 19 de setembro de 2009

Estado Brasileiro e a Petrobras Reforçam seu Controle sobre a Produção de Petróleo.

Ter petróleo não garantiu benefícios a população pobre de vários países. Nesses países, o controle sobre as suas próprias riquezas, foi para a mão das grandes irmãs, empresas gigantes multinacionais do petróleo. O controle estatal, abre a perspectiva de que por aqui isso seja diferente. Embora as forças políticas contrárias alinhadas aos grandes interêsses internacionais já tenham começado a se contrapor, encontram-se em posição desconfortável. Em ano pré-eleitoral, terão que explicar para a grande maioria dos brasileiros que tem a Petrobras como empresa símbolo, orgulho nacional, a sua pretensão de vendê-la. Para ler sobre o que diz o Le Monde, clicar no título acima.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Como "Endireitar" um Esquerdista. (Por Frei Beto)

Ser de esquerda é, desde que essa classificação surgiu na Revolução Francesa, optar pelos pobres, indignar-se frente à exclusão social, inconformar-se com toda forma de injustiça ou, como dizia Bobbio, considerar aberração a desigualdade social.


Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos intrinsecamente superiores a outros.

Ser esquerdista – patologia diagnosticada por Lênin como “doença infantil do comunismo” – é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria. Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé. Enche a boca de dogmas e venera um líder. Se o líder espirra, ele aplaude; se chora, ele entristece; se muda de opinião, ele rapidinho analisa a conjuntura para tentar demonstrar que na atual correlação de forças...

O esquerdista adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas iguala-se ao general Figueiredo num ponto: não suporta cheiro de povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres, não preocupado com a situação deles, e sim com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua curriola. Passadas as eleições, adeus trouxas, e até o próximo pleito!

Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concedem mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal.

Isso acontece quando ele é eleito ou nomeado para uma função pública ou assume cargo de chefia numa empresa particular. Imediatamente abaixa a guarda. Nem faz autocrítica. Simplesmente o cheiro do dinheiro, combinado com a função de poder, produz a imbatível alquimia capaz de virar a cabeça do mais retórico dos revolucionários.

Bom salário, função de chefia, mordomias, eis os ingredientes para inebriar o esquerdista em seu itinerário rumo à direita envergonhada – a que age como tal , mas não se assume. Logo, o esquerdista muda de amizades e caprichos. Troca a cachaça pelo vinho importado, a cerveja pelo uísque escocês, o apartamento pelo condomínio fechado, as rodas de bar pelas recepções e festas suntuosas.

Se um companheiro dos velhos tempos o pr ocura, ele despista, desconversa, delega o caso à secretária, e à boca pequena se queixa do “chato”. Agora todos os seus passos são movidos, com precisão cirúrgica, rumo à escalada do poder. Adora conviver com gente importante, empresários, ricaços, latifundiários. Delicia-se com seus agrados e presentes. Sua maior desgraça seria voltar ao que era, desprovido de afagos e salamaleques, cidadão comum em luta pela sobrevivência.

Adeus ideais, utopias, sonhos! Viva o pragmatismo, a política de resultados, a cooptação, as maracutaias operadas com esperteza (embora ocorram acidentes de percurso. Neste caso, o esquerdista conta com o pronto socorro de seus pares: o silêncio obsequioso, o faz de conta de que nada houve, hoje foi você, amanhã pode ser eu...).

Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei num evento um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa “gente da periferia”. E pontificou: “Que burrice a sua largar o governo. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo”.

Tive vontade de rir diante daquele companheiro que, outrora, faria um Che Guevara sentir-se um pequeno-burguês, tamanho o seu aguerrido fervor revolucionário. Contive-me, para não ser indelicado com aquela figura ridícula, cabelos engomados, trajes finos, sapatos de calçar anjos. Apenas respondi: “Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles”.

Fonte: Artigo atribuido ao Frei Beto, recebido por e-mail.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Ler é Mais Importante do que Estudar" (por Ziraldo).


É possível que eu vá ser repetitivo, mas vamos lá. Já devo ter dito aqui a frase que repito pelo país: ler é mais importante do que estudar. Olha ai: a gente tem que ter muito cuidado com o que diz quando diz uma coisa que pode ser ouvida por muita gente. Há quase trinta anos que tenho andado por este país – que nem o velho Luiz Gonzaga – falando para professores e crianças nas salas de aula e nos auditórios de escolas públicas e privadas. Desde 1980, quando o "Menino Maluquinho" apareceu.

Tenho deitado a maior falação sobre os problemas do ensino fundamental no Brasil. Aí, uma professora vem e me escreve: “Você precisa ter cuidado com o que diz quando diz uma coisa que pode ser ouvida por muita gente”. E continuou: “Por exemplo, você me diz que ler é mais importante do que estudar. Como é que eu faço? Se eles ficarem parados no tempo, a culpa vai ser sua”.

A minha frase, professora, é uma frase de efeito. Foi feita para despertar as pessoas para a questão da leitura no ensino básico, uma frase feita para inquietar, mesmo. Com um detalhe: ela não precisa explicação, meu Deus! Como é que um menino pode estudar se ele não sabe ler, não é capaz de entender um texto, não consegue se expressar escrevendo? É o impasse filosófico do ovo e da galinha: qual dos dois é mais importante? Parece-me que a resposta é óbvia, não?

Estou voltando a falar sobre as questões do ensino porque me parece que, no meio de tantas notícias graves, uma permanece me deixando muito preocupado. Só pode parecer menos grave porque está longe da idéia imediata de morte. Sua gravidade, contudo, é intensa para o país: nossas crianças não sabem ler. Aliás, ninguém sabe ler nesse país!

sábado, 12 de setembro de 2009

Marolinha? Ou Water Park?


12 de setembro de 2009 - sábado.

Manchetes da primeira página do Jornal
Diário de Pernambuco:


UM NOVO TEMPO

Sinais positivos. Nos sorrisos do presidente Lula e do governador Eduardo Campos. No gesto de orgulho dos trabalhadores levantando seus capacetes. Sinais do tempo. De um novo tempo que deixa a recente crise e os conceitos antigos para trás. Em Pernambuco o presidente se deparou com o resultado do processo de desoncentração econômica do país. Ontem o estado confirmou um crescimento de 5,9% no PIB, superior ao nacional que foi de 1,9%. Em suape, Lula deu início à construção do primeiro petroleiro do Estaleiro Atlântico Sul e anunciou a encomenda de mais 7 navios além dos 15 já previstos. Hoje são 9 000 pessoas trabalhando no empreendimento que é o símbolo do renascimento da indústria naval brasileira e do renascimento econômico de Pernambuco. Uma prova de que o nordeste deixou de ser um problema para o país para se tornar parte da solução.

Eduardo foi um achado de Deus, define o
Presidente Lula

Na 5ª visita ao estado em 2009, Lula citou Eduardo Campos como o perfil do político "arejado" e ressaltou que esta postura do governador do estado é decisiva à consolidação e expensão dos empreendimentos em Suape.

PIB de Pernambuco cresce em ritmo superior
ao da China

Enquanto Lula comemorou o crescimento de 1,9% do PIB nacional no segundo trimestre do ano, o de Pernambuco cresceu 5,9% no mesmo período. Destaque para três setores: agropecuária (9,2%), indústria (5,1%) e serviços (6,1%).

Com mais sete navios, estaleiro abrirá
2 mil vagas de emprego

O Atlântico Sul tem hoje 9000 trabalhadores, sendo 6000 na construção e 3 mil na operação. Mas a partir de agora, a tendência é de aumento de contingente na área operacional. Mais 2 mil vagas serão abertas até 20010.

Bunge vai aumentar produção e
postos de trabalho em 33%

A gigante holandesa produtora de trigo anunciou ontem que vai ampliar a produção de 1,9 mil para 2,6 mil toneladas de farinha por dia. Hoje a fábrida de Suape gera 200 empregos diretos e mil indiretos.

Nelsinho é homossexual?

Semenya é hermafrodita?

Paulinho pode ser a solução?
(tem a ver com outro assunto - Sport X Flamengo, hoje no Maracanã)

Bom! Tirando essas três últimas "chamadas", haveríamos de pensar se já não soubessemos, que poderia tratar-se de uma brincadeira de 1º de abril.

Acontece que diante dos fatos, termina impossível continuar a esconder o sol com uma peneira.

Convenhamos, Lula errou.

Marolinha era referindo-se apenas ao país como um todo.

Em Pernambuco, a crise foi brincadeira de Water Park.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Pré-Sal.

Ato de Apresentação da Proposta do Marco Regulatório do Pré-Sal.

No Editorial 1 da Revista Carta Capital de hoje, 09 de setembro de 2009, o seu autor Mino Carta faz uma curiosa observação, em torno do debate sobre o destino do pré-sal.

Básicamente, ele transcreve um memorável Editorial do Jornal O Estado de São Paulo, publicado faz 56 anos, o qual permanece atual. Ele mostra que as forças que àquela época se opuseram a visão nacionalista relativa a exploração do nosso petróleo, continuam a defender as mesmas opiniões.

Até aí, "tudo muito bom, tudo muito bem", o regime já não era ditatorial em 1953, ano da publicação do referido edital pois Getúlio havia sido eleito, e não o é hoje depois que ultrapassamos os tempos da ditadura militar. Como diria Millôr Fernandes, "Pensar é livre pensar, é só pensar".

A questão é que o "Estadão" estava redondamente errado ao opor-se, naquela ocasião, ao aproveitamento "das nossas prováveis riquezas petrolíferas, a custa de capital, técnicas e trabalho exclusivamente brasileiros".

Chegou a afirmar que isso redundaria no desperdício de muito dinheiro e de tempo irrecuperável, e o que vimos acontecer, foi exatamente o contrário.

Getúlio convocou o congresso a aprovar a lei de criação da Petrobrás, e foi desencadeada a campanha "O petróleo é nosso", tendo a Petrobras se tornado uma Empresa Estatal orgulho nacional, situada hoje entre as maiores empresas de petróleo de todo o mundo.

Todo um histórico de lutas pela autonomia de petróleo do país, foi finalmente alcançada durante o atual governo. Apesar de que um enorme retrocesso aconteceu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando em um só dia, ele vendeu 40% da Petrobras aos americanos. Por isso é que hoje, a Empresa tem 67% das suas ações preferenciais nas mãos de estrangeiros.

Devido aos enormes interesses econômicos em torno da exploração do nosso petróleo, e as posições extremamente conciliadoras do presidente Lula, o físico Bautista Vidal que defende o controle estatal, declarou em entrevista à Carta Capital, desconfiar de que não prevaleceriam as suas idéias para a exploração do pré-sal.

Enganou-se.

O presidente Lula "nisto não cedeu, segurou as pontas", reconheceu ele.

Afirma ainda o Dr Bautista Vidal, que "Lula repetiu Getúlio em condições diferentes e melhores".

A luta está apenas começando, e sabemos que a mídia está unida aos partidos que fazem oposição ao governo, para que a festa do pré-sal seja transferida para o Texas.

Para assessorá-los na CPI da Petrobras, cujo principal objetivo é enfraquecer a Empresa com vistas a facilitar a sua privatização, os políticos do DEM (ex-PFL), PSDB, e seus aliados, contrataram os serviços de consultores americanos que trabalham para as grandes companhias petrolíferas internacionais, portanto contra os interêsses do Brasil.


Os dias atuais, entretanto, nos permite o uso de mecanismos inexistentes à época de Getúlio - entenda-se por isso todos aqueles proporcionados pela Internet - os quais poderão ser usados no aprofundamento dessa discussão, para que seja adotada a melhor solução para o país.

O presidente Lula em frase recente, ao ironizar os Tucanos que no governo FHC, batizaram a estatal de "Último Dinossauro", para privatizá-la, afirmou:
"Meu governo deu força à Petrobrás. Passamos a cuidar com muito carinho do nosso querido dinossauro."

Cabe agora à sociedade, engajar-se nas discussões, porque o que está em jogo, é a utilização da riqueza nacional em benefício do tão sonhado desenvolvimento nacional, com a aplicação desses recursos sobretudo na educação, e na saúde.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Proposta Para Criar o Estado do Cariri.

Geopark Araripe
Situado na Bacia do Araripe - Sitio do Período Cretáceo da Terra.

O Jornal Diário de Pernambuco de domingo, 06 de setembro de 2009, trás a seguinte matéria do escritor Jota Alcides:

O sonho do ex-senador cerense Martiniano de Alencar de transformar a região do Cariri em um novo estado brasileiro volta a ser debatido, agora com mais justificativas econômicas e sociais. Após 170 anos, da apresentação do projeto no senado do império, o escritor e jornalista Jota Alcides, iniciou um movimento para viabilizar a ideia cuja referência política seria o município do Juzaeiro do norte, a Terra do Padre Cícero. "O estado do cariri é a solução política inadiável para salvar o belo e naturalmente rico Vale do Cariri, sempre desconsiderado e maltratado pelos governos do Ceará, sobretudo pelo atuall (Cid Gomes). Não há o que temer. É melhor ser um estado pequeno e pobre mas, livre e independente, verdadeiro dono do seu destino", afirma Alcides.
O autor da proposta lembra que nos últimos dez meses, "cresce a insatisfação e a revolta da população de Juazeiro do Norte, contra a indiferênça, a negligência, a omissão, a discriminação e até conspiração por sucessivos governos cearenses, por mais de um século, até os dias atuais". A proposta irá contribuir para evitar o aumento da concentração de riquezas na capital Fortaleza, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) estadual de R$ 22,5 bilhões, quase 50% do PIB estadual de R$ 46 bilhões.
"É visível a grande concentração de riqueza na capital. Fora da Região Metropolitana de Fortaleza, as duas maiores economias cearenses estão nos minicípios de Sobral, com PIB de R$ 1,5 bilhão, e Juazeiro do Norte , com PIB de R$ 1,1 bilhão. São dados que revelam, claramente, o tratamento diferenciado do governo do Ceará favorável ao norte do estado. Maior cidade do interior, aproximando-se dos 300 mil habitantes, Juazeiro do Norte não tem sido privilegiado com investimentos do estado. Pelo contrário, tem sido discriminado e esquecido. E quando o governo prejudica Juazeiro, acaba prejudicando o Cariri". ressalta.
Ao justificar a sua iniciativa, Alcides lembra que o desenvolvimento de Juazeiro hoje - maior centro comercial e industrial do interior do Ceará -, deve-se a sua grande força de atração de investimentos privados nacionais e estrangeiros. " Como Metrópole do Cariri, a cidade exerce influência sobre 2,5 milhões de habitantes da região e de municipios vizinhos da paraíba, Pernambuco e Piauí. É um importante centro de atação turística do Nordeste recebendo milhares de visitantes todos os anos e hoje o maior centro urbano, demográfico, social, político, econômico, cultural, universitário, artístico e desportivo do Nordeste central do Brasil", completa.
Juazeiro do Norte é hoje o terceiro maior polo da indústria calçadista do Brasil e o principal do Norte e Nordeste. É ainda o terceiro maior polo de produtos folheados em ouro do país. Para Alcides a economia do Juazeiro poderia se mais desenvolvido hoje, "se não sofresse o desprezo dos governos do ceará, sobretudo o atual, que faz altos investimentos no Norte do estado (cerca de R$ 300 milhões) sem dar a devida e merecida atenção ao sul, ao Cariri, cujos investimentos não chegam a R$ 100 milhões".
Ele sustenta que Juazeiro tem "crescido por suas próprias forças, pelo empreendedorismo do seu povo, e convoca seus conterrâneos a defenderem proposta que terá que ser apresentada ao Congresso Nacional. "Só resta aos Caririenses assumirem com ousadia e determinação o seu próprio destino lutando pela criação do estado do Cariri, conclui.

Fonte: Diário de Pernambuco de 06 de setembro de 2009.

O Sexto Sentido.

Uma Volta ao Mundo, Dançando!