Apenas mais um Blog.

domingo, 30 de março de 2008

Férias da Aposentadoria. Mas será que obterei o Visto?


Fico devendo o resultado a vocês, na minha próxima postagem.

sábado, 29 de março de 2008

A Internet como Vilã do Aquecimento Global!

Imagine que um trem de 400 toneladas, plenamente carregado, acelera de zero a 300 km/h. A energia por ele consumida, é equivalente a que demandará da rede elétrica, o computador gigante que em 2011 será instalado na Alemanha, na região da Baviera. O aumento da quantidade de energia necessária para centros de computação, terá como conseqüência o fato de que a internet terá maior participação no aquecimento global, do que o tráfego aéreo. Se você tiver interêsse nesse tipo de assunto, poderá ler o artigo de Manfred Dworschak, da Der Spiegel, no enderêço:

sexta-feira, 28 de março de 2008

Você Conhece o "Improv Everywhere"?

Saudável, leve e divertido!

Esse grupo sediado em New York, atua em lugares públicos de diversos países. Foi criado em 2001, tendo até hoje realizado cerca de 70 atuações, a maioria fora dos Estados Unidos, através de 22 países. Através do seu site (http://www.improveverywhere.com/) você encontrará o acesso para dezenas de outras apresentações, além de informações sobre esse excelente trabalho.

Perfil Ideal?


O The New Republic - A Journal of Politics and The Arts (http://magazine-directory.com/The-New-Republic.htm), admite que juntos Hillary e Obama teriam o perfil ideal para o próximo presidente americano.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Ainda Sobre Eça de Queirós.

Eça de Queirós com a sua filha primogênita Maria.

Eça de Queirós provavelmente terá sabido que o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679) certa vez disse: “Eu e o medo nascemos juntos”. Ele referia-se ao medo sentido por sua mãe, diante de uma ameaça de invasão da Inglaterra, pela poderosa esquadra espanhola comandada por Felipe II. Esse medo materno terminaria por abreviar a gestação de Hobbes, que nasceu prematuro de apenas sete meses.
Eça de Queirós poderá, embora nunca tenha escrito, algum dia ter pensado assim: “Eu e a rejeição nascemos juntos”. Mais do que a rejeição sofrida da parte da sua mãe, foi a que lhe coube também do seu pai e do restante da sua família. Na Portugal do século XIX, a conveniência de disfarçar a existência dos nascidos ilegitimamente, levava a atitudes então consideradas “normais” mas que atualmente são inteiramente descabidas e reprováveis. Porém o que fizeram ao Eça, àquele menino, até naquele Portugal extrapolava os padrões da época. Pelo menos o seu avô paterno teve um papel diferenciado com relação ao neto. Assumiu-o, providenciando uma casa bem longe e uma mulher para dele “tomar conta”. Mas indo direto ao ponto, como pode o pai de Eça de Queirós ser brasileiro? O avô paterno de Eça de Queirós era desembargador e foi enviado ao Brasil, na época do Brasil colônia, para ser Juiz aqui onde eu moro – Pernambuco. Ele trouxe consigo uma camponesa com a qual já vivia em Portugal, e com a qual tivera alguns filhos. Aqui no Brasil ele casou com ela, e nasceu o pai de Eça de Queirós, provavelmente no Recife. O pai de Eça viveu aqui no Brasil até 1820, quando voltou para Portugal com sua família, onde muitos anos depois viria a tornar-se o pai solteiro de Eça de Queirós, cuja mãe era também solteira.
As surpresas porém ainda não terminaram. Sabe aquela mulher que foi designada para cuidar do bebê? . Ela era pernambucana, filha natural de uma criada do avô de Eça. Fora levada junto com a família quando do seu retorno para Portugal. A autora da biografia não demonstrou sequer desconfiar! Quanto a mim, sou levado a pensar que ela bem que poderá ter sido uma meia tia do Eça de Queirós.
Outra vez lá vou eu escrevendo demais...

terça-feira, 25 de março de 2008

Ler, Viajar e Fazer Novas Amizades.

Ler já foi considerado por Descartes, ter uma conversa com o autor. Hermann Hesse, Escritor alemão autor de Sidarta, considerava que ler, é mais do que isso. Para ele, ler era tornar-se amigo do autor. Sendo assim, ler uma auto-biografia talvez possa ser comparável a uma conversa íntima com um amigo. Certa vez, após ler a auto-biografia de Anwar el-Sadat, ex- presidente egípcio, recordo ter recebido inesperadamente a notícia da sua morte trágica em um atentado. Foi difícil explicar o tamanho do meu desapontamento. O que dizer então sobre a leitura de uma auto-biografia autorizada? Neste caso, pode a relação com o autor ser ambígua e a leitura é meio como espiar pelo buraco de uma fechadura. De qualquer modo trata-se como em toda leitura, de fazer uma viagem. Uma viagem da qual voltamos cheios de surpresas, e de boas e más recordações. De preferência uma boa e inesquecível viagem.
Recentemente concluí a leitura de "Vida e Obra de José Maria Eça de Queirós", de Maria Filomena Monica. A propósito, e já que falei de surprêsas...
O que haveria de comum entre o alemão Hermann Hesse e o Português Eça de Queirós?
Penso que ninguém acertaria se já não soubesse! Pois bem, ambos nasceram respectivamente de uma mãe e de um pai, brasileiros. Será irresistível não voltar a esse assunto. Por enquanto, ando tentando não ser prolixo.
E a Páscoa? Que tal foi sua Páscoa? A minha foi muito boa, e o bacalhau esteve ótimo.
Não sei se foi o bacalhau que esteve à altura das sobremesas, ou as sobremesas que estiveram à altura do bacalhau.

terça-feira, 18 de março de 2008

Morre Arthur C. Clarke, autor de "2001: Uma Odisséia no Espaço"


18/03/2008 - 20h22

Fonte: Redação do UOL.

O escritor de ficção científica britânico Arthur C. Clarke morreu nesta terça-feira (18), aos 90 anos em sua casa em Colombo, capital do Sri Lanka.

Segundo informações do seu secretário pessoal, Clarke teve uma parada cárdiorrespiratória às 18h30 (1h30 da manhã de quarta-feira no horário do Sri Lanka).

Físico e escritor, Clarke escreveu mais de 80 livros, incluindo "2001 - Uma Odisséia no Espaço" (que ganhou versão cinematográfica sob direção de Stanley Kubrick em 1968) além de cerca de 500 artigos e contos.

Na década de 40, Clarke afirmou que o homem chegaria à lua no ano 2000, uma idéia considerada absurda na época. Muitos creditam ao escritor o mérito de dar uma face mais humana e prática à ficção científica.

Nascido em Somerset, Clarke era filho de um fazendeiro. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na Royal Air Force (a Força Aérea Real britânica) em um então projeto ultra-secreto de desenvolvimento de radares.

Três desejos.

Durante as comemorações de seu 90º aniversário em dezembro de 2007, Clarke fez três desejos: encontrar extraterrestres, que o homem abandone seu hábito petroleiro e que o Sri Lanka encontre a paz.

"Se me fosse permitido fazer apenas três desejos, eu gostaria de ver alguma evidência de vida extraterrestre. Sempre acreditei que não estamos sozinhos no universo, mas ainda aguardamos que um ET venha nos visitar ou nos deixar algum tipo de sinal", disse Clark em vídeo publicado na Internet.

"Em segundo lugar, eu gostaria que nos livrássemos de nossa atual dependência do petróleo e adotássemos fontes de energia limpas", acrescentou. E finalmente: "Vivo no Sri Lanka há mais de 50 anos, e durante metade desse tempo tenho sido uma testemunha entristecida de um conflito amargo que divide meu país adotivo. Eu desejaria ardentemente ver uma paz duradoura no Sri Lanka o quanto antes", disse o autor ao completar sua 90ª órbita ao redor do sol.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Duas Éticas.

Por RUBEM ALVES

Duas éticas - a de princípios e a contextual. A única pergunta a se fazer é: "Qual delas está mais a serviço do amor?" AS DUAS ÉTICAS: a ética que brota da contemplação das estrelas perfeitas, imutáveis e mortas, a que os filósofos dão o nome de ética de princípios, e a ética que brota da contemplação dos jardins imperfeitos e mutáveis, mas vivos - a que os filósofos dão o nome de ética contextual.Os jardineiros não olham para as estrelas. Eles nada sabem sobre os estrelas que alguns dizem já ter visto por revelação dos deuses. Como os homens comuns não vêem essas estrelas, eles têm de acreditar na palavra dos que dizem já as ter visto longe, muito longe...Os jardineiros só acreditam no que os seus olhos vêem. Pensam a partir da experiência: pegam a terra com as mãos e a cheiram...Vou aplicar a metáfora a uma situação concreta. A mulher está com câncer em estado avançado. É certo que ela morrerá. Ela suspeita disso e tem medo.O médico vai visitá-la. Olhando, do fundo do seu medo, no fundo dos olhos do médico ela pergunta: "Doutor, será que eu escapo desta?" Está configurada uma situação ética. Que é que o médico vai dizer? Se o médico for um adepto da ética estelar de princípios, a resposta será simples. Ele não terá que decidir ou escolher. O princípio é claro: dizer a verdade sempre. A enferma perguntou. A resposta terá de ser a verdade. E ele, então, responderá: "Não, a senhora não escapará desta. A senhora vai morrer..." Respondeu segundo um princípio invariável para todas as situações.
A lealdade a um princípio o livra de um pensamento perturbador: o que a verdade irá fazer com o corpo e a alma daquela mulher? O princípio, sendo absoluto, não leva em consideração o potencial destruidor da verdade.Mas, se for um jardineiro, ele não se lembrará de nenhum princípio. Ele só pensará nos olhos suplicantes daquela mulher. Pensará que a sua palavra terá que produzir a bondade. E ele se perguntará: "Que palavra eu posso dizer que, não sendo um engano -"A senhora breve estará curada...'-, cuidará da mulher como se a palavra fosse um colo que acolhe uma criança?" E ele dirá:"Você me faz essa pergunta porque você está com medo de morrer. Também tenho medo de morrer..." Aí, então, os dois conversarão longamente -como se estivessem de mãos dadas ...- sobre a morte que os dois haverão de enfrentar. Como sugeriu o apóstolo Paulo, a verdade está subordinada à bondade.Pela ética de princípios, o uso da camisinha, a pesquisa das células-tronco, o aborto de fetos sem cérebro, o divórcio, a eutanásia são questões resolvidas que não requerem decisões: os princípios universais os proíbem.Mas a ética contextual nos obriga a fazer perguntas sobre o bem ou o mal que uma ação irá criar. O uso da camisinha contribui para diminuir a incidência da Aids? As pesquisas com células-tronco contribuem para trazer a cura para uma infinidade de doenças? O aborto de um feto sem cérebro contribuirá para diminuir a dor de uma mulher? O divórcio contribuirá para que homens e mulheres possam recomeçar suas vidas afetivas? A eutanásia pode ser o único caminho para libertar uma pessoa da dor que não a deixará?Duas éticas. A única pergunta a se fazer é: "Qual delas está mais a serviço do amor?"
Fonte: jornal FSP março 2008

sábado, 15 de março de 2008

Nossos Baixos e Altos.

O Brasil tem muitos aspectos nos quais precisa melhorar!

... mas em outros, nem tanto !

Um Chanceler não faria melhor que o Carlinhos Brown!

Vocês tem dúvida do quanto a Condoleezza adorou a Bahia?

quinta-feira, 13 de março de 2008

"White Horse Village".





Acompanho com interesse o que acontece na China. Por isso assisti com atenção ao documentário "White Horse Village", o qual será exibido outra vez ainda hoje, às 22 h 15, pelo canal 89 - BBC World - da SKY.
Tenho a dimensão do que acontece hoje na China. É mesmo inacreditável que em Xangai, a poucos metros de uma estátua de Mao Tse - tung, o grande líder Chinês do comunismo, erga-se um monumento ao consumismo. Alegres esculturas de famílias Chinesas a caminho das compras, de sacolas e tudo, contrastam com o olhar de Mao perdido no horizonte.



Esse não é o único monumento ao consumismo encontrado ali, nas proximidades de mais um majestoso "Mall". Na China ocorre o inusitado. O lado mais divulgado da China tem sido o da China espetacular. Aquela que faz 5 anos, cresce com taxas superiores aos 10 % anuais. A China dos novos milionários, cujo mercado crescente de carros de luxo, é o indicativo maior dos novos tempos. Paraíso dos arquitetos e construtores, deslumbre para os grandes investidores. Até as cobranças internacionais pelo respeito aos direitos humanos, soam inaudíveis diante de tantas po$$ibilidades que alí se descortinam. Afinal, por que não concentrar as demandas morais e éticas com rigor exemplar, apenas nos países menos promi$$ore$?



Voltando porém ao ponto: "White Horse Village", é apenas uma das milhares de vilas (porque na China tudo é superlativo), que serão demolidas para em seu lugar aparecer o "progresso".



Alguns Chineses de lá, até parecem com nordestinos! Talvez até o sejam, se é que são nascidos no nordeste da China. Mas refiro-me ao nordestino daqui do interior do nosso nordeste do Brasil. Havia um que até chapéu de palha usava. E a semelhança não parava por aí. Ele dizia:



- Fazer o quê? O partido quer que seja assim!



O nosso conformismo nordestino, sendo que com "o partido" em lugar de Deus!



Como são tão parecidos os homens! Não? Em todos os lugares os ingênuos, simples, e de boa fé, sujeitos aos ardis dos traquinas.



Hoje, reunião comunitária. Avisa o "secretário da vila" ao megafone. A reunião começa com o recado do governo:



- ... e será para o bem de vocês.



Entre os presentes, afirmações do tipo:



- Mas não quero sair da minha casa! Tenho teto e comida. Estou feliz assim. Até já mandei uma petição ao partido, reinvidicando esse direito. Não tenho medo de nada. Não vou fazer o que você quer.



O cemitério. Cemitério particular. Quatro ou cinco jazigos. Outra vez o conformismo. Dois parentes. Um deles comenta pesaroso sobre a necessidade da remoção. O outro completa;



- Sim! Fazer o quê?



A reunião continua, e uma mulher nervosa e agitada, afirma:



- Pagam-nos mal pelo que indenizam. O dinheiro que eles ganham, não chegará até nós.



Quem era a mulher que falou assim? Talvez uma camponesa analfabeta, porém visionária. Ela não acreditava na distribuição de renda.



China! O que lá acontece, do jeito como acontece, é certamente muito bom para alguns. Mas será também para os outros? A proporção na qual se distribui o entusiamo por essa "nova economia", é provavelmente semelhante àquela em que ficará dividido o capital.
Quem viverá mais feliz depois, do que era antes?
Quanto tempo ainda teremos de esperar até que o desenvolvimento ocorra de modo humanizado?

domingo, 9 de março de 2008

Uma Visão Geral do Universo.

"Desde o "big - bang" o universo continua crescendo e se expandindo. Para entender o quanto é grande esse crescimento, nós necessitamos viajar em uma nave imaginária da Terra até a fronteira do universo visível. O vizinho mais próximo é a Lua, distante um quarto de milhão de milhas. No centro do nosso sistema solar, distante 93 milhões de milhas, está o nosso Sol. Depois de cruzar o centro do nosso sistema solar, nós continuamos o nosso vôo na órbita externa da terra e o próximo planeta é Marte. Além da órbita de marte estão os asteróides. Um bilhão de milhas além, está o planeta gigante externo, Saturno. Quase 1000 vezes maior que o tamanho da Terra. A medida em que saimos do sistema solar nós passamos um dos nossos mais antigos exploradores de planetas, Voyager I, lançado em 1977 e viajando a aproximadamente 40 000 milhas por hora. Proxima centauro e alfa centauro, A e B, são as estrelas mais próximas, à distâncias de 25 milhões de milhões de milhas. Nosso sistema solar situa-se na via láctea, uma magnífica galáxia espiral. Uma cidade de estrelas contendo mais que 100 bilhões de estrelas. Cada estrela que vemos no céu noturno, pertence ás suas próprias galáxias. Esse é o espaço profundo. Para além da Via Láctea 10 milhões de milhões de milhões da Terra, está a próxima galáxia espiral - Andrômeda. Mesmo viajando à velocidade da luz levaríamos 2 milhões de anos para alcançá-la. Andrômeda e a Via Láctea formam parte de um aglomerado de galáxias chamadas de grupo local. Indo mais distante do grupo local há um aglomerado maior de galáxias. Mesmo que fosse possível viajar rápido o suficiente pelo tempo suficiente para alcançar os confins do universo desconhecido, seria o que veríamos. Um aglomerado de galáxias atraindo ou pré - determinando o exato primeiro segundo do "big - bang". Isso é o mais distante que a nossa nave pode levar. Nós estamos agora a 15 milhões de trilhões de milhas da Terra. Aqui é onde a ciência termina e começam as especulação. Astronomos talvez nunca verão além daqui. É aquí onde os segredos do universo estão escondidos."

Quando alguém desvendar esse mistério, por favor me avize.

Equanto isso, filosofemos!

terça-feira, 4 de março de 2008

A Lição do Brasil para a China: Não Ignore a Desigualdade.

04/03/2008
Por Geoff Dyer Correspondente em Xangai do Financial Times.
Vizinho ao meu escritório em Xangai se encontra um dos shopping centers mais luxuosos que já vi. O nome em inglês, Plaza 66, não significa nada, mas em chinês ele é chamado de "Próspero Para Sempre". Apenas as marcas mais exclusivas são autorizadas e nos fins de semana é preciso entrar na fila para entrar na Louis Vuitton.Eu me lembrei do Plaza 66 em uma recente viagem ao Brasil, quando fui levado à Daslu, a loja mais esnobe do país. É preciso ir de carro até lá -não é possível entrar a pé vindo da rua- e um valet nos conduziu para dentro, onde as mesmas grifes estavam expostas.Há apenas uma grande diferença. A Daslu freqüentemente é atacada por ser um símbolo do males percebidos do Brasil, o playground de uma elite mimada. Colunistas zombam de sua clientela. Mas o Plaza 66 aparece em muitos relatos da Xangai moderna como um símbolo de sucesso, um ímã para a geração jovem endinheirada, em ascensão.
Talvez tenhamos entendido o Plaza 66 errado. Voltar de São Paulo para Xangai significa sentir os riscos reais que a China está correndo com seu modelo de crescimento a todo custo. Há distintamente uma sensação latino-americana em relação a alguns segmentos da sociedade chinesa que vai além da audácia dos novos ricos.No final dos anos 60 e anos 70, o Brasil era uma ditadura e a economia prosperava, enquanto a política social era negligenciada. "Faça o bolo crescer agora, divida o bolo depois", era o mantra. Nos últimos 20 anos, a China adotou uma abordagem semelhante.Uma das características menos conhecidas do boom da China é a retirada do Estado dos setores de saúde e educação. O atendimento de saúde da era Mao estava longe da perfeição, mas atualmente a maioria dos chineses não possui seguro saúde. Nas áreas rurais, não é difícil encontrar uma família falida por causa de contas médicas. As escolas estão perdendo 1 milhão de crianças por ano porque os pais não conseguem pagar as taxas. Dado como a China é rotulada de sucesso e a América Latina de fracasso, vale a pena notar que na última década, o governo brasileiro gastou duas vezes mais em proporção ao seu produto interno bruto em saúde e educação do que a China comunista.Igualmente surpreendente, a desigualdade está se aproximando rapidamente dos níveis notórios do Brasil, apesar da redução da pobreza. Usando o coeficiente Gini para medir a distribuição de renda, "zero" significa perfeita e "um" significa desigualdade completa. O número oficial do Brasil atualmente é 0,53 e caindo, enquanto o da China é 0,47 e subindo. (O número dos Estados Unidos é 0,41 e o da Índia é 0,31.)A desigualdade chinesa não envolve apenas a diferença entre as áreas urbanas e rurais, mas também dentro das cidades. A China urbana tem duas classes de cidadãos: os moradores permanentes recebem serviços sociais subsidiados enquanto os trabalhadores imigrantes pobres freqüentemente pagam o preço integral. A criminalidade está longe dos níveis latino-americanos, mas há sinais de tensão. Os pobres rurais vêem a riqueza apenas na televisão; os pobres urbanos testemunham ao vivo os estilos de vida opulentos.A América Latina sofreu devido aos pactos confortáveis entre as elites empresariais e os políticos, mas que tipo de elite a China está criando? Nos primórdios da reforma, os empreendedores freqüentemente vinham das margens da sociedade -alguns poucos até mesmo tinham cumprido pena de prisão. Hoje, muitos ostentam suas posições no Partido Comunista em seus cartões de visita. A lista dos ricos da China é dominada por empresários do setor de imóveis e construção, onde lábia para garantir contatos no governo é essencial.Então, a China está realmente ficando igual à América Latina? Esta seria uma previsão precipitada. As divisões sociais na América Latina sofreram uma escalada nos anos 80, quando suas economias mergulharam em dívida externa, mas as reservas da China são de US$ 1,5 trilhão. A desigualdade latino-americana tem raiz nos séculos de colonialismo e escravidão, não apenas em duas décadas de crescimento desigual. Muitos migrantes chineses possuem terras para as quais voltar caso as coisas não dêem certo na cidade, em vez de ter que apodrecer nas favelas. Mais importante, os líderes chineses estão cientes que a alta desigualdade poderia agravar a inquietação e criar uma subclasse permanente, de forma que ordenaram grandes aumentos nos gastos sociais. Wen Jiabao, o primeiro-ministro chinês, prometeu uma clínica em cada aldeia e acabar com as taxas de ensino para os pobres.Mas o sucesso não é garantido. As autoridades locais poderiam desviar os recursos adicionais antes de chegarem às escolas e hospitais. As elites políticas e empresariais se oporão a políticas que possam desacelerar a economia. Faça o bolo crescer hoje, redistribua amanhã.Nós estamos acostumados com a idéia de que a China será a maior economia do mundo, mas o destino do projeto de Wen ajudará a determinar que tipo de sociedade ela criará. Como os latino-americanos podem atestar, mesmo um crescimento rápido pode deixar profundas cicatrizes sociais.
Tradução: George El Khouri Andolfato

Vocês Pensam Que Tive Uma Vida "Normal"?

sábado, 1 de março de 2008

Escolhas Preferenciais.


Presidente Vladimir Putin e sua escolha por Dmitri Medvedlev.
Presidente Lula por Dilma Russef.
Prefeito João Paulo (do Recife) por João da Costa - seu candidato à sucessão!
E você?
Quem é o seu Dimitri Medvelev?

O Sexto Sentido.

Uma Volta ao Mundo, Dançando!