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sábado, 11 de junho de 2011

Sobre o Asilo a Battisti.


"Os que criticaram, sem conhecer os fatos, o ex-ministro Tarso Genro e Lula, por terem dado asilo político ao italiano Cesare Battisti, deviam ler um livro imperdível: Poteri forti (Fortes poderes, o escândalo do banco Ambrosiano) do arcebispo Marcinkus, que fugiu para os Estados Unidos, asilou-se e nunca saiu de lá."

Estas são palavras do comentarista político Sebastião Nery, que li na sua coluna do Diário de Pernambuco de hoje, ao comentar sobre o asilo político concedido pelo governo do presidente Lula, ao ativista e escritor Italiano.

Ele prossegue dizendo:

"A operação mãos limpas não teria havido se um punhado de bravos jovens, valentes e alucinados, das Brigadas Vermelhas e dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), não tivesse enfrentado o Estado Mafioso, naquela época totalmente dominado pela máfia.
O governo, desmoralizado, usava a máfia para eliminá-los. Eles reagiam, houve mortos de lado a lado e prisões dos principais líderes intelectuais, como o filósofo De Negri (hoje professor em Paris) e o escritor Cesare Battisti, depois asilado na França, e agora no Brasil pelo STF.
Eu morava lá e vi tudo, escrevi muito. Quando cheguei a Roma em 1990, como adido cultural, a luta ainda continuava, sangrenta, devastadora. Foram eles, os jovens rebeldes da década de 1970 e 1980, que começaram a salvar a Itália. Se não tivessem levantado de armas na mão, a aliança Democracia Cristã, Partido Socialista, Liberais e máfia estaria lá até hoje."

Infelizmente a parte desacreditada da nossa mídia, bastante ampla, em lugar de aprofundar o debate sobre questões públicas relevantes e, informar a população sobre a realidade dos fatos deixando que a partir da consciência assim formada ela tenha sua opinião, adota estratégia oposta.

Aposta na falta de senso crítico do cidadão, para convencê-lo das suas próprias posições.

Naturalmente que estão enganados quanto a manutenção da capacidade de manipular a sociedade, porque vivemos a era da comunicação, na qual os meios tradicionais de informação perderam a sua exclusividade, e consequentemente estão perdendo a sua força. 

Convenhamos, foi o Cesare Batista terrorista? Como repetidamente a ele se refere a mídia?
Sim! Ele foi.

Mas, pergunto:

Não foi também terrorista o ex-primeiro ministro Israelense e prêmio Nobel da Paz Menachem Begin? 
Ele na década de 40, foi o responsável pelo atentado a bomba do hotel King David em Jerusalém - morreram 91.

Também quando li a autobiografia do ex-presidente egípcio Muhammad Anwar al-Sadat, lembro dele ter ali confessado a sua participação no atentado que matou o então ministro da economia do Egito, considerado por nacionalistas rebeldes como ele, a serviço dos dominadores Ingleses. Também ao ex-presidente Egípcio   Anwar al-Sadat, viria a ser concedido o prêmio Nobel da Paz.

Em palestra que fez para estudantes americanos em universidade dos Estados Unidos, o escritor Uruguaio Eduardo Galeano os lembrou que até recentemente, outro  prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela, estava proibido de entrar naquele país, por figurar na lista de terroristas. Só muito recentemente foi "reabilitado".

Talvez por isso o Sebastião Nery acrescenta o seguinte comentário ao seu longo texto:

"Por que a Itália não devolveu Caciolla, o batedor de carteira do Banco Central, quando o Brasil pediu? As salomés de lá e de cá queriam entregar à máfia a cabeça de Battisti, que não conheço, nunca vi e nunca li.
Mas, por acompanhar de perto as lutas do último meio século da Itália, posso assegurar que a diferença entre Battisti e Dilma é que Dilma chegou ao poder e Battisti só chegou às livrarias. A luta política que os dois fizeram era a mesma. As organizações  a que pertenceram tinham os mesmos objetivos. O que os diferencia é que Dilma nunca participou de ação armada e Battisti sim. Se tivessem surgido as mesmas situações que Battisti enfrentou, as armas de Dilma não eram para matar passarinho."

E concluindo, seria interessante acrescentar o que também afirma Sebastião Nery em seu longo texto, sobre o atual primeiro ministro Italiano, Berlusconi: 

"Berlusconi é o feto podre que restou e um dia será extirpado. O ex-presidente da França, Jacques Chirac, corrupto com atestado público, a pedido de Berlusconi retirou o asilo político de Battisti e o Brasil lhe deu. Tarso Genro e Lula estavam certos. O problema foi e continua sendo político.
O primeiro - ministro fascista Berlusconi e o desfrutável presidente, o ex-comunista Giorgio Napolitano, esconderam-se quando o juiz Falcone foi assassinado e o procurador Pietro comandou a Operação Mãos Limpas. Agora ameaçam levar o Brasil à Corte Internacional de Haia. Uns pândegos."

Pândegos... Pândegos?  Tudo bem P â n d e g o s!

O Sexto Sentido.

Uma Volta ao Mundo, Dançando!