Apenas mais um Blog.

domingo, 20 de julho de 2008

Um Bom Tempo.(Clique Aqui Para Ver As Fotos)

Passei um bom tempo sem movimentar o Blog, porque andei me movimentando tanto, que faltou tempo e ate mesmo acesso a internet, para faze-lo. Ao voltar a dar noticias, voce ja deve ter notado a minha falta de preocupacao com a acentuacao. Afinal nao devemos sair por aih reconfigurando os teclados de computadores alheios, mesmo quando ele eh de um filho! Fico tentado a jah que eh assim, aproveitar que sao ferias e nao usar sequer as virgulas.

Vim para cah faz dez dias, onde passarei um mes. O meu destino inicial foi Atlanta, USA, estado da Georgia. Jah no dia seguinte porem, viajamos 500 km ateh o sul da Carolina do Sul, para um lugar chamado Hilton Head Island, onde a permanencia foi de uma semana. Um temporal ocorrido na vespera danificou muitas instalacoes, e a nohs coube ficar sem conexao com a internet. Os menos afortunados ficaram sem ar condicionado, o que nesta epoca por aqui, eh muito pior. De um Internet Cafe, ainda me foi possivel alguns acessos, quando aproveitei para as mensagens do "Siga-me atraves do Twitter" aih ao lado.


Voltamos de lah na vespera de um possivel tornado, que terminou se transformando em apenas mais uma dessas tempestades de verao que provocam grandes ondas no mar fazem a alegria de muitos surfistas.


Lhe mostrarei atraves de algumas fotos legendadas, o que talvez nao conseguisse descrever em muitas linhas, ainda que sem precisar usar os acentos e por liberalidade tambem as virgulas.


Para ver as fotos clique no titulo acima.


quinta-feira, 10 de julho de 2008

Karoshi.


Autoridades do trabalho japonesas determinaram que um importante engenheiro da Toyota, de 45 anos, morreu devido ao excesso de trabalho, um mal conhecido no país como "karoshi". Ele teve uma isquemia cardíaca em janeiro de 2006, um dia antes de partir para os Estados Unidos e participar do Salão do Automóvel de Detroit. Desde então, a família do engenheiro vinha brigando na Justiça do Japão para receber os benefícios do seguro. De acordo com o advogado da viúva, a sentença favorável foi pronunciada em 30 de junho. A identidade da vítima não foi revelada, já que a família segue vivendo na cidade de Toyota, onde fica a sede da companhia. Funcionários do departamento judicial que cuidou do caso confirmaram o resultado. De acordo com a agência Associated Press, a empresa soltou uma nota de pêsames e afirmou que vai melhorar o controle sobre a saúde de seus profissionais. De acordo com o advogado, a vítima era o engenheiro-chefe do projeto da versão híbrida do sedã Camry. Ele teria trabalhado ao menos 80 horas extras mensais em novembro e dezembro de 2005. Essa carga a mais de trabalho incluía jornadas noturnas e finais de semana, além de freqüentes viagens para o exterior. A filha do engenheiro o encontrou morto na casa dele. Casos assim não são raros no Japão -- tanto que o registro de mortes por "karoshi" começou a ser feito oficialmente pelo Ministério da Saúde local já em 1987. OUTRA PERDA: Em novembro de 2006, a Toyota perdeu outro engenheiro envolvido no projeto de um carro híbrido -- no caso, o megasucesso de vendas Prius. Na ocasião, David Hermance, de 59 anos, descrito como o "pai norte-americano do Prius", foi vítima de um acidente aéreo perto de Los Angeles, na Califórnia. Ele mesmo pilotava a aeronave, um modelo experimental, quando houve o acidente. Hermance, especialista em tecnologia híbrida, foi o principal promotor e defensor nos EUA do sistema de propulsão do Prius, que na verdade foi desenvolvido no Japão. Antes de ir para a Toyota norte-americana, em 1991, ele trabalhou para a General Motors.

Fonte: UOL Notícias.

Rápido DEMAIS!

Dantas deixa a carceragem.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sempre Mais Uma Oportuni(ty)dade Para Começar.

Na época do Coronelato, havia em Pernambuco o Coronel Chico Heráclito, a quem se atribui a frase: "A lei para mim é como uma cerca. Se for fraca, passo por cima. Se for forte, passo por baixo."

Enquanto "peitar" a lei nesse país dava cem por cento certo, proliferaram os praticantes do que virou um esporte nacional de forte apelo.


Digamos que um esporte impopular, assim como o cricket, mas que era possível jogar com lances calmos e pensados, acreditando sempre em resultados favoráveis.


Com o passar do tempo, e a medida em que todo o país tornava-se um grande campo de cricket, foi finalmente alcançado o limite, a partir do qual era imperativo fazer algo.


Bastou que a Polícia Federal começasse a cumprir o seu papel, e as ações criminosas nessa área viraram esporte radical.


Esportes radicais envolvem riscos, mas a maioria dos que o praticam conseguem sair ilesos, no máximo com alguns machucões.


Uma certa mudança porém ocorreu!


Ví já faz tempo na TV, O que para mim parecia ter sido um marco inicial dessa etapa, até certo ponto animadora.


O advogado de um comerciante chinês apontado como o maior sonegador de impostos do Brasil, tentou subornar um delegado da Polícia Federal. De imediato recebeu voz de prisão. Ao perceber no que se metera, ajoelhou-se e implorou para não ser preso. Talvez eu ainda lembre com nitidez dessa cena, pelo impacto de presenciar um ato de tamanha indignidade. O delegado então disse o seguinte: "Levante e se comporte como homem, porque o senhor está preso. O nosso país está mudando."


Ninguém pode ignorar o valor do trabalho daqueles que saem da intenção para a prática, e estão fazendo a sua parte na luta contra a criminalidade.


Os longos anos durante os quais nada foi feito, justificam as opiniões pessimistas que ainda persistem.


Fico contudo com o que dizia Sir Winston Churchil: "Sou otimista, porque não vejo vantagem nenhuma em ser pessimista".


A Polícia Federal tem realizado MUITO bem o seu trabalho, mas infelizmente ele pode ser comparado com a construção de castelos na areia.


A Polícia Federal e antes dela o ministério público, são responsáveis apenas por uma parte dessa luta contra a impunidade.


Para que seja alcançado o fim da impunidade no país, falta ocorrer o aprimoramento dessas ações, e sobretudo a sua harmonização com os demais poderes envolvidos.


Hoje aconteceu a inacreditável prisão de um banqueiro - Daniel Dantas do Oportunity, entre outros.


O Ministro Chefe do STF fez a respeito das prisões um comentário inicial, e momentos depois apressou-se a desfazer mal entendidos, de que criticara as prisões. Afirmou que as críticas foram à forma como as prisões foram feitas.


Colocando temporáriamente de lado as preocupações com esse aspecto da questão, amanhã ele julgará o pedido de Habeas Corpus que teria sido solicitado um mês antes da prisão, justamene pelo que de todos é o mais implicado dos presos.


Um dia será para valer, e o que após um grande avanço passou de jogo de cricket para esporte de risco, virará crime comum.
Os criminosos, mesmo os de maior poder de subornos, terão de cumprir pena.


Será o início de uma nova Era.

Mas quando essa Era começará?

domingo, 6 de julho de 2008

Feneart


Achei que deveria recomendar a quem está no Recife, uma visita a FENEARTE. Nos seus dois primeiros dias de funcionamento visitei-a duas vezes. Este ano a feira está "impecável". É imensa a quantidade das lojas e a qualidade dos seus produtos. Toda a área está climatizada e o "Layout" muito inteligente. As exposições abrangem do artesanato local ao internacional. Um verdadeiro show de criatividade, com algumas peças artísticas que poderiam até ocupar lugar em algum museu. Clicando no título acima, você terá acesso ao site oficial da IX Fenearte para conhecer os detalhes. Asseguro-lhe que algo deve ter acontecido, para em conseqüência ocorrer esse salto de qualidade, em relação a sua edição do ano anterior. Portanto vá lá se puder e gostar, que está boa a bessa! Não estou brincando não! Estou falando sério.

sábado, 5 de julho de 2008

"Lei Seca": Lei Sóbria ou Lei Bêbada?


As opiniões que tenho ouvido sobre a badalada Lei Nº 11705, denominada Lei Seca, são até o momento as mais variadas. Elas vão desde os que são radicalmente contra, até os que a fizeram e a aprovaram conscientemente. Entre esses extremos, há a destacar os que embora reconhecendo que ela trará benefícios, consideram-na mais rigorosa do que o necessário. Em todo caso, já pude perceber qual dessas opiniões são as predominantes. São as aquelas favoráveis a ela.

O que dizem os inimigos mortais da chamada Lei seca?

Primeiro, que ela é desnecessária e que, em lugar de criá-la, bastaria fazer cumprir a lei anterior.

O fato de que centenas de prisões ocorreram já nos primeiros dias depois que ela começou a vigorar, não é por eles atribuído à entrada em vigor da nova lei, e sim ao início da fiscalização, que antes nem havia. Esse argumento é justificado, pelo fato de que a quantidade de bafômetros para fazer valer esta Lei é a mesma de antes.

Não concordo porém com esse argumento. A lei anterior não estabelecia prisão para quem ultrapassasse o limite de 0,6 dg/l de álcool no sangue ou 0,3 mg/l de álcool no ar expelido no teste do bafômetro. Motoristas que dirigiam bêbados, pondo em risco a vida de outros motoristas bêbados, e dos sóbrios, só foram presos porque a nova Lei assim permitiu.

Por outro lado, se a fiscalização não vinha sendo feita e passou a ser, vejo nisso algo muito positivo. Se isso puder ser atribuido ao início de vingência da nova Lei, eis um primeiro ponto positivo que ela traz: Ser um marco de partida, para tratar com seriedade essa questão.

Por outro lado, a nova Lei criminaliza dirigir alcoolizado. Nesse aspecto a sua diferença para a lei anterior é da água para o vinho (esse dito aqui até que ficou pertinente! :-) ). Antes, um bêbado, depois de atropelar uma procissão de velhinhas acompanhadas dos seus netinhos, e matar um punhado deles, era levado a uma delegacia, autuado, e depois de pagar uma fiança, era levado (melhor dizer que era carregado) para casa, passando a responder ao processo em liberdade. Com a nova lei, o crime deixa de ser culposo (sem a intenção de matar), e passa a ser considerado doloso (com a intenção de matar). Não fica melhor assim?

Outro ataque à nova lei, refere-se a que as estatísticas que deram apoio a sua criação são inverídicas. Em outras palavras, não seria verdade que morre tanta gente no trânsito, quanto elas mostram, em decorrência de motoristas que dirigem após ter ingerido bebidas alcoólicas. A quantidade de mortos seria menor.

Admitindo que as estatísticas realmente estejam erradas, o raciocínio que faço, é o seguinte: Imagine que as estatísticas relativas à quantidade de homicídios na minha ou na sua cidade são falsas. Na realidade, há 20%, 30%, talvez acima de 40% menos homicídios do que elas mostram. Acontece que a minha cidade é tão violenta, que o fato de eu conhecer dezenas de casos entre pessoas conhecidas e muito próximas, que foram assasinadas em assaltos, faz com que a incorreção das estatísticas seja para mim irrelevante. Vale mais o clamor público e a lembrança de que a estatística nos ensina que um cidadão pode morrer afogado, em um rio de profundidade média de um metro.

Os contrários à chamada Lei seca também criticam o anúncio feito de que depois que ela passou a vigorar, o consumo de álcool em bares de São Paulo caiu 25%. Dizem não acreditar nesse dado, e justificam porque. O levantamento teria sido feito durante apenas um dia, a primeira segunda feira após a Lei entrar em vigor, e que por isso não poderia ser extendida para todo o período desde então.

Eu penso que há nessa crítica um equívoco, pois a Lei não é para impedir ninguém de beber. É para que, depois de beber, não dirija. Claro que uma queda na venda de bebidas estará, no momento atual, associada à entrada em vigor da nova Lei. A mim contudo não importa que o consumo de bebidas alcoólicas nos bares aumente ou diminua. Importa que, no volante dos carros, haja só motoristas sóbrios. Se os bares passarem a oferecer Vans para transportar seus clientes, o consumo de bebedores poderá a longo prazo até aumentar. Isso não significa que a lei esteja sendo desrespeitada. Muito pelo contrário. Quanto a contestação do valor anunciado para queda na venda de bebidas, embora cabível, não significa que o consumo não tenha diminuído. Além disso, novas pesquisas bem mais relevantes, investigaram a queda no número de mortes em acidentes de trânsito no estado de São Paulo. A comparação entre dados dos dias 20, 21 e 22 (a Lei começou a vigorar no dia 20) e os dias 27, 28 e 29 de junho, dois finais de semana consecutivos, mostraram uma redução de 45,5% no número de mortes por acidentes de trânsito. Reduziu quase à metade! Também no acompanhamento da quantidade de atendimento a acidentados no trânsito em três dos 16 hospitais de São Paulo que servem de referência, os atendimentos a casos de acidentes no trânsito cairam em 19%.

O que dizem em relação a isso os que de tão contrário a nova Lei, a chamam de "Lei Bêbada"?

Mas os argumentos dos radicalmente contra a nova Lei não param por aí. Alegam ainda que nunca ninguém ouviu falar de que alguém tenha provocado acidente de trânsito, por ter bebido uma única taça de vinho, ou uma latinha de cerveja. No entanto, se o fizer a partir de agora, será pego no teste do bafômetro.

Fico surpreso diante desta afirmação, porque ela demonstra uma incrível falta de informação. O índice inferior de 0,3 dg/l de álcool no sangue ou 0,1 mg/l de álcool no ar expelido no bafômetro, poderá não ser alcançado por alguém que só bebeu isso. Talvez seja alcançado para pesoas de 50 kg para baixo. Dependendo da massa corporal e da altura do indivíduo, ele precisaria beber mais umas duas ou três doses dessas, para que ser pego pelo bafômetro. Sendo assim, talvez dizer que Lei é de tolerância zero não seja muito correto. Na Colômbia, sim, pois o nível de tolerância por lá é mesmo de zero dg/l de álcool no sangue.

Outro argumento dos contrários a Lei seca, consiste em reclamar contra a possibilidade de sermos "incomodados" em uma blitz e termos de esperar até uma hora que o hálito diminua, para ficar provado que ele é o resultado da ingestão de bombons recheados com licor, xarope, produto para higiene bucal, própolis à base de álcool ou peixe ao vinho.

Ora, o bafômetro detecta valores bem inferiores aos 0,3 dg/l de álcool no sangue ou 0,1 mg/l de álcool no ar expelido no bafômetro para essas práticas acima. Portanto, quanto a isso não haverá nenhum problema. Quanto ao sentir-se incomodado por Blitz, deveríamos ser incomodados pela falta delas, pois elas atuam a nosso favor. Elas são para apanhar os fora da lei que nos põem em risco permanente.

Os esperneantes contra a nova Lei, também trazem a tona a alegação maior, segundo a qual a lei é inconstitucional, porque de acordo com a nossa constituição, ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Neste caso, ninguém é obrigado a soprar no bafômetro. Como então criar uma lei que vai de encontro ao que prevê a constituição?

De fato esse é um ponto relevante da discussão, e que passa para um campo jurídico.

Em torno das leis, mesmo um leigo sabe que cabem interpretações. Do contrário os juízes já estariam sendo substituídos por computadores capazes de julgar e emitir sentenças. Os reclamentes deixariam de temer o que diz o ditado Turco: "O fogo testa o ouro, e o ouro testa o juiz". Os legisladores que não vêem conflito nenhum desta lei com o dispositivo constitucional, alegam que dirigir não é um direito do cidadão, e sim uma responsabilidade que lhe é outorgada pelo estado, mediante a condição de que ele satisfaça determinadas condições. Esse direito poderá ser retirado pelo próprio estado se ele descumprir essas condições. Em outras palavras, o dispositivo constitucional não se aplicaria ao trânsito.

Enquanto prosegue essa discussão, entendo que o bafômetro não é a única maneira de constatar que o motorista está dirigindo alcoolizado. Se um indivíduo fizer valer o seu direito de não usar o bafômetro, os policiais não o farão soprar a fôrça! Admitindo que seja mesmo uma violação constitucional, ela seria de todas que acontecem, a mais ridícula! A orientação é levar a criatura ao IML. Lá, em presença do médico e duas testemunhas, caso apresente visíveis sinais de embriaguez, a lei poderá ser aplicada. Já ouvi uma afirmação segundo a qual a própria autoridade responsável pela autuação tem o poder de servir de testemunha do seu estado de embriaguês. Nesse caso não é o cidadão bêbado quem está produzindo provas contra si mesmo. São outros cidadãos, supostamente sóbrios. Afinal, há cidadãos sóbrios mesmo durante os fins de semana, nesse país. Negar-se a soprar no bafômetro, portanto continuará sendo um direito de qualquer um. Isso porém, não impedirá que ele sofra as sanções da lei. Não porque não soprou no bafômetro, mas porque agiu no sentido de obstacularizar o andamento de um processo. Discutível? Sim! Inadmissível? Não. Há muito mais aspectos questionáveis na aplicação de outras legislações em relação as quais ninguém se insurge.

Finalmente em outra declaração aborrecida dos esperneantes contra a Lei seca, eles dizem o seguinte:

- Onde está a coerência de proibir de dirigir quem bebeu uma taça de vinho ou uma latinha de cerveja - o que entendo que não é exatamente o caso - e não fazer o mesmo para quem usou ecstasy, crack, cocaina e outras drogas?

Sou contra quem toma uns picos, dá umas cheiradas em crack ou cocaína e sai por aí dirigindo, totalmente sem condições. As autoridades talvez só já não criaram leis igualmente rigorosas contra isso, porque as estatísticas não apoiam ainda essa eventual lei. Com isso devem concordar os que são contra a Lei seca e que alegam a necessidade de estatísticas para apoiar ou justificar a criação de leis rigorosas. Além disso, estatísticas à parte, o clamor público é menor contra os drogados ao volante. Talvez um dos motivos seja que poucos deles precisam voltar do bar.

É injusto sim, que um bebum sofra as penas da lei, e um doidão, não. A solução, porém é nivelar os doidões aos bebuns, e não o contrário.

Por fim eu diria que muita discussão ainda ocorrerá sobre essa Lei, e um aspecto que certamente estará em pauta, há de se referir ao rigor de reduzir de 0,6 para 0,2 dg/l de álcool por litro de sangue, à quantidade de álcool admissível. Trata-se de uma Lei realmente intolerante. Muitos reclamam que "Casais Românticos" não mais poderão sair para jantar e dividirem uma garrafa de vinho. Ora! Já não podiam, com a lei anterior. Essa quantidade, certamente faria os dois ultrapassarem os 0,6 dg/l permitidos. Nesse caso a reclamação não tem a ver com a nova Lei, e sim com a antiga, ou o que é pior, contra o rigor da fiscalização. Outra vez contudo não custa lembrar, que a Lei não proíbe beber, e sim dirigir após ter bebido. Nesse caso, o casal poderá sim aproveitar etilicamente o seu jantar, e depois é só ligar para um Tele-Taxi, ou adotar qualquer outra solução que os desobrigue de voltar dirigindo. Em todo caso, esse argumento em favor dos "Casais Românticos" parece ter comovido as autoridades. A afirmação corriqueira é a de que esse índice poderá ser revisto, embora para um valor próximo ao atual. Na minha opinião, se for assim, não fará muita diferênça. Na minha avaliação, seria preciso unificar por segurança em 0,9 dg/l de álcool no de sangue o admissível, para que uma pessoa de 50 kg pudesse tomar metade de uma garrafa de vinho de 750 ml, e passar no teste do bafômetro. Quanto a sua capacidade de voltar dirigindo, isso é outra coisa. Alguém desabituado(a) a bebidas alcoólicas, poderia nesse caso, passar no teste do bafômetro e ter mesmo assim precisar voltar para casa de "padiola". Com tantos aspectos para considerar na hora de fazer uma Lei, o mais fácil é mesmo reclamar.
Concluindo eu diria que a observância da nova Lei, implicará em mudança de costumes sociais. No início isso até poderá desencadear algumas reações, mas o tempo fará com que assim como ela foi assimilada nos países onde há muito já é aplicada, ela também o seja entre nós. Tudo dependerá do rigor da fiscalização.
Quanto a receptividade a nova Lei, a minha percepção de que a maioria é a ela favorável, foi confirmada por uma pesquisa realizada no Sudoeste do país. No rio e em São Paulo, 86% da população, revelou-se favorável a "Lei Seca". Para mim isso é um bom sinal.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

07º 14´ 02´´ S / 39º 24´ 32´´ O.

Crato - Ceará

Ontem chegou-me essa foto aérea, da cidade onde eu nascí. Nela é possível identificar por trás da Igreja Sé, à direita da casa pintada de branco, o telhado da casa onde eu vim a esse mundo. A segunda casa à sua direita, fica na esquina de uma rua muito estreita, ainda hoje conhecida por "O Beco do Padre Lauro". Vejo que alí ainda está o imenso pé de sapotí, do qual me lembro quando era criança! Como é antigo esse pé de sapotí! Não? :-)))
A existência dessa foto, que depois me foi enviada, surgiu em meio a uma conversa, na qual vieram meio que misturados, a foto e uma notícia de morte. Morrera no Rio de Janeiro, no dia 17 deste mês de junho, Violeta Alencar. Ela nasceu em Araripe, bem ao sul do Ceará, mas cresceu até os 14 anos no Crato. Por isso, depois de uma celebração religiosa nessa Igreja que é a matriz da cidade, suas cinzas que foram trazidas do Rio de Janeiro, foram espalhadas sobre o jazigo da sua mãe, no cemitério local.
O nome de Violeta Arraes, está entre os de um seleto grupo de pessoas nascidas, criadas ou que apenas tiveram alí os seus ascendentes, e que por razões diversas, principalmente ligadas à política, habituei-me a ouvir desde criança e, portanto criar em relação a eles uma certa familiaridade. Por exemplo, Bárbara de Alencar, José Martiniano de Alencar, Tristão Gonçalves, José de Alencar (o escritor e romancista, autor de "O Guarani", e de "Iracema"), e Miguel Arraes de Alencar entre outros.
Bárbara de Alencar, embora tenha nascido em Exu, também conhecida por ser a terra de Luiz Gonzaga, viveu na vizinha Crato, onde casou. Foi uma grande liderança na Revolução Pernambucana de 1817 (Sobre a qual relata o Livro "A Noiva da Revolução" de Paulo Santos de Oliveira) e também da Confederação do Equador. Ela foi avó de José de Alencar (nascido em Mecejana-Ceará), cujo pai José Martiniano de Alencar, nasceu em Icó, cidade do estado do Ceará. E sobre Tristão Gonçalves? Foi tio de José de Alencar, nascido na cidade cearense de Mecejana, irmão de José Martiniano e portanto filho de Bárbara de Alencar, o qual também participou da Revolução Pernambucana, e da Confederação do Equador. Foi brutalmente assassinado em combate no interior do ceará, em 1825, aos 36 anos.
Quantas vidas, não é? Quantas histórias! Nomes muito apropriadamente ditos "notáveis". A Violeta Arraes depois que partiu do Crato, por longo tempo, teve a sua vida entre Paris e o sertão do Carirí. Possui uma história de vida admirável, que lhe valeu ser chamada de "A Rosa de Paris", pela sua atuação solidária e de ajuda inestimável, aos exilados pela ditadura militar - ela própria tendo sido uma exilada. Vem de uma família de longevos. A sua mãe, Dona Benigna, mãe também do ex- Governador de Pernambuco Miguel Arraes e Bisavó do atual Eduardo Campos, teve uma longa vida. Miguel Arraes, quando algum adversário fazia alusão a sua idade avançada para pleitear cargo público, retrucava de modo equivalente a alegar: "mamãe não pensa assim". Começamos a nos desabituar que pessoas partam tão cedo. Talvez contribua para isso, notícias como aquela da semana passada, segundo à qual, a mãe do candidato à presidência dos Estados Unidos John McCain (71), de 98 anos, fora multada por excesso de velocidade. Por tudo isso é que lamento a morte para mim prematura, da Violeta Arraes. O que são apenas 82 anos, quando o grande arquiteto Oscar Niemayer continua trabalhando aos 102 anos? Concluindo, quem se der ao trabalho de consultar em um sistema de buscas sobre ela, haverá de entender a tristeza dos que a tendo conhecido pessoalmente, conviveram com ela. Escolhí o artigo no Blog de Luiz Nassif, escrito por Jorge Furtado, para transcrever a seguir. Jorge Furtado é o testemunho de uma das centenas de pessoas que a conheceram de perto, e que concordam que ela realmente deixou um exemplo de sabedoria e fraternidade.
Violeta Arraes.

Uma vez fiquei preso no Rio por falta de vôo e não tinha onde dormir. O Guel estava fora e me ofereceu o apartamento para passar a noite, ele não estava lá (mas a tia dele sim). Ficar hospedado na casa de um amigo sem o amigo é estranho. Ficar hospedado na casa de um amigo sem o amigo mas com a tia do amigo é mais estranho ainda. Talvez no hotel do aeroporto... Lotado. E foi assim, em minha ignorância e juventude, que conheci Violeta Arraes, a tia do Guel.
A inteligência e a simpatia de Violeta eram tão evidentes que despertavam imediatamente a vontade de ser da sua turma, sair para jantar e jogar conversa fora até de manhã. Só depois fiquei sabendo de sua vida incrível, dividida entre Paris e o sertão brasileiro. Militante política, socióloga, escritora, companheira de trabalho de Dom Hélder Câmara e de Paulo Freire, secretária de cultura, embaixadora dos exilados brasileiros na França, reitora do Universidade do Cariri, Violeta tem um currículo grande demais para ser resumido aqui.
Ficamos conversando até bem tarde, aquela conversa espichada que vai pulando de assunto, volta para trás e vai para frente, driblando o sono. Nos encontramos mais algumas vezes, era sempre um prazer ouvi-la, uma inteligência feliz e generosa, movida por uma energia adolescente.
Maria Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau morreu ontem aos 82 anos. Deixa saudade, uma obra de grande valor e um exemplo de sabedoria e fraternidade. O que mais se pode esperar da vida?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Blogs Trazem Nova Realidade Para a Opinião Pública nos Estados Unidos.

A matéria a seguir, do Jornalista Richard Waters, do Financial Times (São Francisco), ilustra com mais esse exemplo, um fato comum da Era em que vivemos. Uma Era caracterizada por profundas mudanças na área da comunicação, proporcionada pelos avanços na área da tecnologia da informação. Ainda que muitas pessoas disso ainda não se apercebam, o fim da privacidade é uma constante ameaça na vida de qualquer pessoa, e muitos tem sido vítimas de suas consequências. Essa porém é uma questão que pode também apresentar um lado positivo, quando contribui para um mundo mais transparente, combatendo assim a proliferação das mentiras, das hipocrisias, e contribuindo para o estabelecimento da verdade. Vale a pena ler a matéria a seguir, pois ela ilustra a provável transformação em andamento, de muitos comportamentos e também de idéias pessoais.
Assim é que Mayhill Fowler (61) uma "blogueira" do site Huffington Post, de uma especialista em política Arianna Huffington (Califórnia), após cobrir como uma "jornalista cidadã" a disputa pela indicação democrata do seu candidato à presidência dos Estados Unidos, termina dizendo:
"Fiquei muito mais desvinculada, objetiva e fria", explica Fowler. "Tornei-me a clássica jornalista cética".
Em outras palavras, adeus idealismo partidário.
Uma característica que pelo visto é geral, e que ocorre quanto melhor informado esteja um cidadão. Nos dias atuais a Informação isenta, imparcial, descomprometida, pode ser encontrada em grandes blogs. A mídia tradicional, cada vez menos confiável, vai a cada dia, tendo de conviver com essa nova realidade.
Tradução UOL:
Barack Obama e Bill Clinton desentenderam-se com os grandes nomes do mundo da mídia, mas isso não os ajudou em uma ocasião recente, quando enfrentaram uma repórter amadora californiana de 61 anos que brandia um gravador digital Sony de US$ 40. Mayhill Fowler, uma blogueira do site "Huffington Post", da especialista em política Arianna Huffington, representa um fenômeno novo em anos de política eleitoral.Apesar de toda a maestria demonstrada pelos candidatos perante as câmeras de televisão, nos comícios e nos debates, tem ficado cada vez mais difícil para os gerentes de publicidade das campanhas influenciar a forma como a mensagem dos seus candidatos é disseminada, devido à entrada dos "jornalistas cidadãos" no cenário."Os comitês de campanha trabalham cada vez mais arduamente no sentido de prevenir desastres, mas, inevitavelmente, haverá rachaduras na fachada", afirma Fowler, uma entusiasta que desembolsou dinheiro para participar continuamente da cobertura da campanha desde o final de dezembro passado. "Antigamente, com muita freqüência, os candidatos falavam de uma forma para uma platéia e de outra totalmente diferente para um outro grupo de eleitores. Mas, devido à tecnologia, creio que agora tudo isso ficará registrado", afirma ela. Atualmente os políticos enfrentam a assustadora possibilidade de que praticamente toda ação ou comentário improvisado possa ser gravado digitalmente e disseminado amplamente pela Internet.Foi a presença de Fowler em um evento para arrecadação de verbas, em São Francisco, em abril, o fator responsável para que a campanha de Obama atingisse o seu patamar mais baixo até o momento. A gravação feita por ela dos comentários do candidato sobre como os "amargos" habitantes da Pensilvânia "agarram-se", como consolo, às armas e à religião, ressaltou aquilo que os críticos denunciaram como elitismo.Fowler diz que à época esperava ser capaz de conciliar o seu entusiasmo pessoal por Obama com a sua reportagem. Ela ficou indecisa vários dias, sem saber se divulgava aquilo que o senador por Illinois dissera perante uma platéia de 400 pessoas, embora atualmente sinta pouco remorso. "Ele estava confirmando os piores estereótipos dos californianos da classe média alta a respeito dos eleitores da classe trabalhadora", diz.Mais recentemente, esta mãe de Oakland estava em Dakota do Sul para registrar o último dia da campanha de Hillary Clinton nas primárias, quando Bill Clinton parou para conversar com uma multidão. Respondendo a uma pergunta dela sobre o áspero perfil publicado recentemente por uma revista, ele chamou o jornalista responsável pelo artigo de "um sujeito viscoso" e "um indivíduo desprezível" - comentários que ricochetearam pela Internet.Inevitavelmente, os dois furos de Fowler geraram um debate entre os círculos jornalísticos no sentido de determinar se é correto publicar todos os comentários feitos de improviso, e se algum político é capaz de sobreviver a tal escrutínio constante.Marc Cooper, o editor dela no "Huffington Post", dá pouca importância a tais argumentos. "A nova realidade para os políticos é que é melhor demonstrarem clareza quanto àquilo que são, ou então acostumarem-se a mentir a todo o momento".A parte do site do "Huffington Post" destinada às reportagens dos voluntários - a "Off The Bus" - deixa claro que é uma virtude o fato de os seus colaboradores serem pessoas comuns, que não fazem parte do grupo de jornalistas tradicionais que viajam com os candidatos."Os jornalistas que embarcam no mesmo ônibus que o candidato estão sujeitos a bate-papos amigáveis. Agora os manipuladores da mídia aprenderam a fornecer 'umas migalhas' aos blogueiros favoráveis a fim de que estes influenciem o debate na Web. Eles não desejam alguém como eu, que está fora do círculo de controle", afirma Fowler. Após meio ano de repousos breves em hotéis baratos e longas viagens de carro entre os comícios dos candidatos, Fowler traz as cicatrizes de um jornalista de campanha mais tarimbado.Grande parte do seu idealismo desapareceu, à medida que ela observava os candidatos democratas de uma distância relativamente curta.E embora ainda se defina mais como cidadã do que como jornalista, ela desistiu do seu antigo entusiasmo partidário. "Fiquei muito mais desvinculada, objetiva e fria", explica Fowler. "Tornei-me a clássica jornalista cética".
Fonte: Financial Times (Tradução: UOL) - Jornalista Richard Waters.

O Sexto Sentido.

Uma Volta ao Mundo, Dançando!