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terça-feira, 20 de maio de 2008

Opções Finais.

Colma é uma pequena cidade na Califórnia, Estados Unidos da América, entre o oceano Pacífico e a baía de São Francisco. Ela fica a apenas 10 milhas ao sul, da cidade de San Francisco. Foi fundada em 1926 por agentes funerários, e a maior indústria local são os cemitérios que ocupam 73% da área da cidade. O mote local: “É maravilhoso estar vivo em Colma”. E os seus moradores, costumam expressar o quanto é silenciosa a cidade em que vivem.
Fosse Colma uma cidade brasileira, e eu já teria um slogan para ela: “Colma é calma”. O prefeito da cidade, Helen Fisicaro, afirmou: “Temos 1 500 residentes acima da terra e 1 500 000 sob a terra”. Asseguro que em uma cidade assim, os vizinhos não costumam receber uns dos outros, qualquer reclamação.
Em Colma há cemitérios Grego-Ortodoxos, Judeus, Italianos, Japoneses, Sérvios ... Ao todo são 17. Além deles há um 18º! O Cemitério para animais domésticos. Neste encontra-se sepultado, o cachorro de Tina Turner, envolvido em seu casaco de peles. Digo, no casaco de peles que pertenceu a ela, Tina Turner. A demanda por mais espaço porém, continua. Anos atrás, um curso de golfe de 18 buracos, foi reduzido a 9 buracos, e a próxima área a ceder espaço foi o Cemitério de animais, que foi reduzido à metade. Colma, entretanto, quando comparada com grandes metrópoles como a própria San Francisco, perde em quantidade de Cemitérios. San Francisco tem atualmente 26 deles. A valorização das áreas das grandes metrópoles, entretanto, em decorrência da especulação imobiliária, termina por trazer à discussão a importância de optar pela cremagem. Recentemente a escritora Paulista que vivia na Bahia Zélia Gatai, viúva do escritor Baiano Jorge Amado e que morreu recentemente, teve o seu corpo cremado. As cinzas puderam ser romanticamente derramadas sob a mesma árvore que antes já recebera as cinzas do seu marido. Uma frondosa árvore de um sítio, onde os dois moravam, e ali namoravam.
Do ponto de vista prático porém, há muito se tem pensado em uma alternativa “ainda melhor” do que a cremagem. Você sabe qual a proposta mais moderna? Se você ainda não sabe, ou se ainda não se acostumou com a idéia, vou logo lhe adiantando que não achará nela espaço para romantismo! Há até quem a considere pouco dignificante, apesar de opiniões em contrário.
Pois bem, trata-se de um processo já utilizado Há 16 anos nos Estados Unidos com animais, e corpos de indigentes utilizados em centros médicos. Em lugar de pó, o defunto vira um líquido de cor parecida com o café, e cheiro de amônia. O volume resultante é igual ao das cinzas na cremação. Mas esse líquido trás a vantagem de melhor acondicionamento, e principalmente ele oferece a facilidade de poder ser derramado pelo ralo. Claro, que ninguém deve trazer o frasquinho para casa, e derramar na pia do benheiro. É preciso que haja uma autorização para isso, e desconfio que deverá haver ralos apropriados para esse fim. O processo é mais caro que o de uma cremação. Envolve a necessidade de um cilindro de aço a uma pressão de 60 pounds por polegada quadrada e temperatura de 300 graus (não me ficou claro se Centígrados ou Fahrenheit), dentro do qual tudo acontece. Digamos que, uma espécie de panela de pressão. Dentro dela os restos são assim dissolvidos em uma solução detergente. Pressuponho que não haja danos para o espírito do morto, desde que ele não fique por perto. Nome da técnica: Hidrólise Alcalina.
Gostaria de saber se pelo menos em cumprimento a um último tímido desejo, seria possível aspergir o líquido em cima de uma roseira, por exemplo.
A boa notícia, é que cientistas que consideram o envelhecimento das células uma doença, continuam trabalhando para descobrir a sua cura. Ficar bom da velhice, digamos, poderá então significar viver para sempre. Viver para sempre é ficar livre do que representa a Hidrólise Alcalina. :-)

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