A meta do atual governo do estado, era o de reduzir em 12%, o número de homicídios no período de maio 2007 a abril 2008, em relação ao mesmo período de um ano antes. A redução alcançada entretanto, foi de 7%. Embora o resultado obtido tenha sido inferior ao objetivado, ele demonstra que foi revertida a tendência de aumento desses índices, e que há um mérito sim no que foi conseguido. Está sendo anunciada para esta semana uma reunião do Governador Eduardo Campos com representantes dos diversos setores da área de Segurança Pública, para uma reavaliação do quadro. A meta de conseguir a redução de 12%, continua para o próximo período.
Considerando que a repressão não é o único remédio para resolver a questão, e que as demais providências tem efeito mais demorado, o problema se afigura de difícil solução. Fosse fácil, governos estaduais anteriores já o teriam resolvido e capitalizado o prestígio de tê-lo feito.
Nós que vivemos em uma cidade assim, é que sabemos o que esse permanente estado de "guerra civil" já nos causou. Nada que possam expressar os frios e absurdos números expressos em "contadores de assasinatos". Quase não há mais famílias que ainda não tenham tido vítimas de violência, e não raro de casos fatais. A tensão emocional de conviver com essa realidade, de tal forma incorpora-se ao modo de sentir, e de viver, que somente quando viajamos para lugares menos inseguros, podemos avaliar.
Hoje, eu tive mais uma experiência típica à qual está sujeito qualquer dos moradores da nossa cidade. Eu estava no balcão de uma loja, de costas para a rua, enquanto o atendente preenchia uma nota de compra. Além de nós dois havia um outro funcionário na loja - uma vidraçaria. Ele estava em pé do lado de dentro do balcão. Ouví parar uma moto, na calçada. O homem que me atendia, parou de escrever a nota. Olhou na direção da moto, e a expressão dele se transformou. Tornou-se tenso e desconfiado. Era aproximadamente meio dia, e eu era o único cliente na loja. O outro funcionário, percebí que ficara lívido. Virei-me para olhar o que se passava, e me deparei com um homem que ainda de capacete, acabara de descer da moto. Estava de bermudas, descalço, e me deu a impressão de alguém que podia ter bebido, ou usado drogas. Nessas horas, bate um arrependimento muito grande de estar justamente alí. Ao dirigir-se da moto em nossa direção, e confirmando as nossas suspeitas, o homem levou a mão a cintura. Retirou de lá algo que veio encoberto por um saco plástico branco, mas que ocultava algo da cor preta. É assim que as vezes começa um assalto. Ao aproximar-se de nós, ele puxou o que havia dentro. Saiu de lá um espelho retrovisor de moto. Estavamos salvos. Ele queria apenas trocar o espelho que havia quebrado.
Quanta adrenalina já descarreguei, na minha vida por aquí!
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