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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Números Funestos.

A média de mortes no Iraq durante 2007 por tiros e execuções, foi de 38 por dia, segundo o "site" http://www.iraqbodycount.org/. Em Pernambuco, do dia 01 até o dia 17 de janeiro ao meio dia, a média de mortes foi de 11,58 por dia. Portanto foi assim que descobrí que vivo em um estado menos violento do que o Iraque, segundo o registros do "site" http://pebodycount.com.br/. Além disso, no Iraque morrem além daqueles 38, mais 14 em consequência das explosões de carros bombas. Em Pernambuco, justiça se faça, só há carros bombas do tipo daqueles que vivem quebrando. Também aproveitei que estava de frente a tantos dados, e observei a partir de um levantamento feito pelo pebodycount, que durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2006, a média de mortes por homicídios foi de 10,82 por dia. Embora aparentemente a situação estivesse piorando, naturalmente não é assim que se faz para comparar taxas e tirar uma conclusão. No máximo o que observei acima, foi que por aqui, mata-se tão regularmente, quanto a média da população assiste TV, ou costuma comprar pão na padaria da esquina. Analisados com maior rigor e portanto precisão, dá-se conta porém, de que há uma tendência de redução desses índices. A partir de maio de 2006, o Governo do Estado iniciou a execução de um plano denominado "Pacto pela Vida", o qual tem uma meta muito bem definida: reduzir até o final de abril de 2008, o número de homicídios em 12%. Comparando-se o ano de 2007 com o ano de 2006, obteve-se uma redução de 2,2 %. Em valores absolutos, foram 53 homicídios a menos em 2007. O cálculo da taxa é muito simples. Divide-se o número que expressa o total de mortes em um lugar, ou região do estado, pela quantidade de grupos de 100 000 habitantes daquele lugar. O índice de redução é de fato muito pequeno. Porém não o acho inexpressivo. Muito pelo contrário! A propósito, esse comentário me fez lembrar um fato marcante do meu dia a dia como engenheiro eletricista na Chesf. Eu estava apenas começando, e trabalhava naquela ocasião na Bahia. Estava lotado em Salvador. Aproveitei um programa anual de promoções, para expressar o meu reconhecimento ao desempenho de um dos nossos técnicos, a quem concedí um aumento. Qual não foi a minha surprêsa, quando após ele receber o seu contra-cheque, me procurou para reclamar dizendo que assim como já havia acontecido de outras vezes, novamente não tinha recebido nenhum aumento. Na realidade, precisei mostrar que ele estava enganado. Ele havia sido promovido sim! Acontece que mudar de uma letra na classificação funcional para a seguinte, significava naquela época, um aumento percentual de salário tão pequeno, que ele nem notou. Confesso que achei constrangedor pedir-lhe, que olhasse pelo lado não material e mais pelo fato de que finalmente tinha tido o seu desempenho reconhecido.
Pois bem, o que considero expressivo na redução de apenas 2% no índice de homicídios aqui em Pernambuco, é que finalmente, o Governo do Estado, assumiu enfrentar a questão da violência, e tem um plano em execução. Os resultados práticos que mais interessam ainda não aconteceram, porque o percentual de redução está ainda aquém do desejável. Já há registros porém, de um trimestre no qual a redução no número de homicídios foi maior do que 12%, quando comparado com o mesmo trimestre do ano anterior. Em Recife e Região Metropolitana, é notório o quanto hoje está melhor com relação a presença ostensiva de policiais nas ruas. Foram contratados mais policiais, feitos investimentos em aparelhagens, e melhoria da integração entre os distritos policiais. Para que até final de abril a meta de redução dos 12% seja alcançada, sabe-se que quedas mais acentuadas do índice, difíceis de conseguir, precisam acontecer. Ainda que a meta não seja alcançada, mas existe um plano, existe esfôrço para alcançar uma meta. É inédito aquí que um Governador traga para sí essa responsabilidade do cambate a violência, e crie um plano para enfrentá-la. Os que não o fazem, temem o desgaste decorrente de um eventual fracasso. Fracasso muito maior contudo é o que resulta da omissão. Portanto, pelo menos agora, a população deveria olhar um pouco mais para o significado da atitude que foi tomada de finalmente enfrentar o problema. Afinal, sabemos que o nosso problema da violência é maior do que apenas um caso de polícia.

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