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sábado, 18 de setembro de 2010

Combate a Corrupção: Opiniões Divididas.

"The Apple is on the table"


Publicado no Blog Alê 
(http://www.aleporto.com.br)
Alexandre Porto - 14/set/2010.

Noblat, a forca e a força da ministra Erenice.


O incansável clippeiro Ricardo Noblat inaugurou há poucos dias um comentário em vídeo. Trata-se de um rápido comentário de pouco mais de 1 minuto sobre algum tema, para ele, relevante. Nessa terça-feira ele resolveu falar sobre uma suposta A herança maldita da Era Lula. Não, não é a política fiscal ou a crise cambial, tema recorrente entre os 'especialistas' econômicos. Para Noblat a herança maldita de Lula será a "leniência, cumplicidade, tolerância com escândalos e maracutaias". E para justificar sua tese usa dois exemplos bem didáticos, "o primeiro e o último escândalo". 





Caso Valdomiro Diniz - Vamos relembrar que o citado foi flagrado recebendo propina de bicheiros cariocas, nos últimos meses de 2002, ou seja, antes de Lula tomar posse. Quando a gravação veio a tona, o assessor da Casa Civil foi demitido e sobre ele foi aberto inquérito. Era tudo o que o governo Lula poderia fazer sobre um caso ocorrido antes mesmo de haver governo Lula. 





Caso Erenice Guerra - O clippeiro chama de "nebuloso caso de tráfico de influência, com cobranças de propina". É claro que já a condenou por antecipação. Mas onde está a leniência ou cumplicidade do presidente? Está em não fazer pré-julgamento? Todas as denúncias publicadas são tão nebulosas quanto o caso em si. Toda as supostas fontes desmentiram a revista e tudo parece mesmo um grande roteiro para pegar "o braço direito" da candidata petista Dilma Rousseff, como reforça Noblat no seu comentário. A “bala de prata”. A imprensa parece que tem muita dificuldade de encarar o contraditório e esquece que um dos mais importantes direitos consagrados na nossa Constituição é da presunção de inocência. Erenice, por contra própria, pediu que fosse investigada em toda as instâncias, mas o Noblat, como aliás a imprensa em geral, quer a forca. Abaixo a nota que a ministra da Casa Civil divulgou hoje:


"Nota à imprensa: 





1- Encaminhei aos Ministros Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, e Luis Paulo Teles, da Justiça, ofícios em que solicito que se procedam todas as investigações necessárias no sentido de apurar rigorosamente os fatos relatados em matéria publicada pela revista Veja, em sua edição mais recente, e que envolvem tanto minha conduta administrativa quanto a de familiares meus. 

2- Espero celeridade e creio na exação e competência das autoridades às quais solicitei tais apurações. 

3- Reafirmo ser fundamental defender-me de forma aberta e transparente das mentiras assacadas pela revista Veja. E assim o faço diante daquela que já é a mais desmentida e desmoralizada das matérias publicadas ao longo da história da imprensa brasileira. 

4- Lamento, sinceramente, que por conta da exploração político-eleitoral, mais que distorcer ou inventar fatos, se invista contra a honra alheia sem o menor pudor, sem qualquer respeito humano ou, no mínimo, com a total ausência de qualquer critério profissional ou ética jornalística. 

5- Chamo a atenção do Brasil para a impressionante e indisfarçável campanha de difamação que se inicia contra minha pessoa, minha vida e minha família, sem nada poupar, apenas em favor de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um "fato novo" que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado. 

6- Pois o fato novo está criado e diante dos olhos da Nação: é minha disposição inabalável de enfrentar a mentira com a força da verdade e resoluta fé na Justiça de meu país, sem medo e sem ódio".



O fato concreto é que não há um caso sequer de desvios éticos no governo Lula que não tenha sido investigado. O governo nunca se valeu de 'engavetadores gerais da república' para colocar mal feitos para debaixo do tapete. No caso conhecido como "mensalão" poderia ter trocado de Procurador, mas manteve aquele que estava formulando a denúncia contra alguns de seus companheiros de partido. A independência da Polícia Federal chegou a ser motivo de queixa de muitos aliados, eventualmente indiciados por esse ou aquele caso de corrupção. O número de Operações Especiais da PF se multiplicou e ninguém, mesmo os mais ferrenhos opositores, ousam contestar. Mas não cabe ao presidente, felizmente, julgar. Não se trata de leniência, muito menos cumplicidade, mas de respeito à Constituição.

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