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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Você é Indiferente às Privatizações?


A revista Newsweek de 18 de outubro, trás uma importante matéria sobre a privatização da água.

Há vinte anos que só faz aumentar o interesse de grandes grupos econômicos internacionais, na compra de fontes do líquido ainda mais precioso que o petróleo.

Isso acontece, quando se tem em conta que a cada 20 anos duplica o consumo de água na terra, e que considerando a população crescente e a poluição de muitas fontes, o problema só tende a se agravar.

A Organização das Nações Unidas prevê que no ano 2040, a demanda de água tenha superado em 30%, a capacidade de suprimento.

Companhias como a True Alaska Bottling e a S2C Global, tem feito elevados investimentos para a retirada, acondicionamento e transporte a longas distâncias de grandes quantidades "do produto".

A água que em épocas de abundância tem sido dada como tida, afinal é só abrir a torneira e ela flui a preços ainda  razoáveis, tende a tornar-se uma "commoditie", pela qual será preciso pagar um preço nem sempre accessível a todos. 

Os processos envolvidos na aquisição das fontes, os contratos de exploração, o seu acondicionamento em barris e transporte para o destino final, lembram muito a forma como se faz com relação ao óleo.

Também as ressalvas às privatizações em geral, são semelhantes. Os especialistas desconfiam da eficácia do mercado para controlar o equilíbrio entre a demanda e o consumo, e admite que em consequência das privatizações da água o seu preço aumentará.

Aumentará, do mesmo jeito que aumenta o preço da energia elétrica na privatização de empresas do setor, aumenta o petróleo para quem o privatiza, e qualquer outro bem que antes de domínio público, deixa de ser.

A grande novidade em relação a água, é que trata-se de um recurso natural que há mais de 2000 anos é de domínio público.

A tendência é de termos no futuro, um mundo que assim como acontece com o petróleo, estará dividido entre os que tem água, e os que não a tem. As consequências poderão ser igualmente trágicas, e  até acarretar novas guerras.

No caso da água, tem o agravante de não haver um substituto. De acordo com a articulista Jeneen Interlandi da Newsweek, "nem mesmo a Coca-Cola, substitui a água".

Como sabemos, um produto privatizado, e que tem a sua comercialização de acordo com leis do mercado, não é para os que façam o melhor apelo moral para tê-lo, e sim para os que puderem pagar mais por ele.

O Dr James Olson, advogado americano especialista em direitos sobre a água, diz: "Mercados não ligam para o meio ambiente (...) eles não ligam para os direitos humanos. Eles ligam para os lucros."

Diz-se que até recentemente, a privatização da água era um assunto pertinente apenas a America latina, onde na Bolivia, uma multinacional chamada Bechtel, na década de 90, terminou por deixar sem água milhares de Bolivianos que não tinham o dinheiro para pagar.

O problema só foi resolvido com a reestatização.

A reportagem da Newsweek mostra, que hoje, a privatização da água acontece até no Alaska, de onde a água de um lago em Sitka, tem sido transportada para a Índia.

Portanto, é fácil perceber que esse é mais um tipo de privatização, cujos candidatos a presidência do Brasil que dela forem a favor, precisarão negar durante a sua campanha eleitoral. Não se afirma que vai fazer, o que se sabe de antemão que será um malefício para aqueles a quem pretende representar.

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