Somos cíclicos porque cíclica é a vida. Todos os dias o sol nasce e se põe, vivemos entre a dor e o prazer, a tristeza e a alegria, a esperança e a desesperança, a saúde e as enfermidades, e até as certezas que se desfazem!
Assim é que mais um ano vai terminar. De novo! E outra vez chegará o Ano Novo.
É sob a ótica da contemplação reflexiva do meu mundo, o qual busco expandir, que tento terminar cada ciclo.
E todos nós vivemos a cada ano tantos diferentes ciclos!
Não haverá tempo tão longo de uma existência humana, que me satisfaça o desejo de viver cada vez mais consciente e saciado dessa vontade de conhecer.
Para não me dispersar nessa vasta diversidade de tanta vida, sempre a nos atrair a atenção, parei para me fixar em um único aspecto. Um dos múltiplos aspectos que mais me atraíram a atenção e a curiosidade, durante o ano de 2014.
Talvez, além de destacá-lo, eu possa dizer o que sobre isso hoje penso. E de que forma poderia uma imperfeição ajudar na busca de caminhos mais dignificantes.
Antes de ir diretamente ao ponto, eis que enquanto escrevo, me ocorre o seguinte: se como dizem "o amor é lindo", o que dizer do seu oposto?
Do meu ponto de vista, e em particular no nosso país, esse tão controverso quanto especial Brasil, durante o ano que termina campeou o ódio.
E claro é que não só o ódio! Pois tivesse sido assim, estaríamos destruídos.
Mas a existência de um ódio quase onipresente e crescente, até me levou a sentir algo muito estranho no ar.
Se "só o amor constrói", o ódio destrói.
Destrói as amizades, as instituições, os condomínios... Destrói vidas!
Que argumento maior teríamos contra as ações odiosas?
Em casos extremos, e tendo por base sobretudo o sentimento de injustiça, um dia nasceu o terrorismo dos homens e das mulheres bombas. O ódio expresso na sua forma mais visceral e extrema. Expressão máxima do ódio. Uma confissão derradeira da extinção das esperanças. Acontece quando chega ao fim o caminho que vai do humano ao diabólico. Ainda que visto sob o ângulo do simbólico.
A infelicidade pessoal me parece estar na origem dos que odeiam. Nem sempre aqueles a quem atacam de forma virulenta, são os alvos que gostariam de fato de destruir. Afinal não se pode ou deve bater na própria mãe ou no pai! Não é? Então que tal direcionar todo o descontentamento, e aliviar todas as frustrações, até mesmo no juiz de futebol?
Recentemente gostei de saber da proposta surgida em meios acadêmicos, que mudaria a forma de classificação do animal homem.
Aprendemos que co-existem na natureza os animais irracionais e a gente! Estes, animais RACIONAIS.
A nova proposição é: Há duas classificações para os animais. Os "bichos" animais irracionais, e o "bicho homem", animal IRRACIONAL superior.
Temos visto tantos vídeos na internet que valorizam e dignificam os animais irracionais ditos inferiores!
É bem atual o que disse o Papa Francisco, referindo-se aos "bichos", e que sugeriu que os animais têm um lugar no paraíso: "O paraíso está aberto a todas as criaturas de Deus."
Ora! o que nos faz animais irracionais superiores, é termos uma consciência.
É ofensivo aos "bichos" em geral e em especial aos porcos, golfinhos e cachorros, agredir alguém chamando-o de animal. E a ofensa decorre de que há humanos que não fazem bom uso da consciência que os distingue, e se desqualificam.
Para nos tornarmos, como raça, dignos dos "bichos", seria preciso: sair de dentro de si, ou diria descentralizar-se, resistir aos impulsos de peremptoriedade vazia, interessar-se em descobrir o por quê de manifestar-se da forma que faz, buscar aprofundar-se nas questões sobre as quais opina para ter uma melhor condição de justificar o seu modo de pensar, reconhecer em si muitos dos defeitos que só vê nos outros, buscar novos valores que, se ainda não estão presentes em nós, poderão vir a estar, para que através do respeito ao próximo seja possível enriquecer a vida e o viver.
Penso que as atitudes estéreis terminam por conduzir a um certo vazio e aridez da alma. Principalmente quando, às frustrações já existentes, vem se acrescentar uma nova e grande frustração, quase como a que se provocaria ao tirar um pirulito da boca de uma criança.
Por outro lado, é justamente sob essa condição quase insuportável de insatisfação existencial, que a natureza nos oferece a possibilidade da mudança que poderá vir após o convite aceito à reflexão.
Pela consciência que tenho do que disse, é que prometo me esforçar em buscar sempre os caminhos do bem e da paz. Creio que quem conseguir fazer isso, não estará se juntando a um grupo tão pequeno quanto o pessimismo, que é mal conselheiro, tenta nos fazer acreditar.
Tenham todos um Feliz Natal, muito boas festas e um 2015 promissor. Promissor no campo familiar, municipal, estadual, nacional e global!
Um grande abraço para cada um de vocês, meus amigos no mundo todo! Os que conheço e até convivo frequentemente ou eventualmente, e os que jamais encontrarei pessoalmente, mas a quem também admiro e respeito.
Realizações plenas para todos!
5 comentários:
Belissimo texto. Feliz natal e um prospero ano novo. O que mais posso dizer? Seja feliz sempre ...
Estou solidária nessa busca Jucá. Do caminho da paz e do bem. Um grande Natal para você e Silvia!
Uma boa reflexão para terminarmos um ano difícil. O Brasil saiu da letargia em que se encontrava há décadas e após viver um período de transformações sociais enveredou por um caminho perigoso. Precisamos reencontrar a pureza e a sensibilidade dos animais para evitar a destruição da espécie. Que o Natal e as expectativas que se formam em cada recomeço possam via a ser a esperança de um futuro melhor. FELIZ NATAL! Fátima Viana
Belo texto, convidativo a uma reflexão , especialmente nesta época onde se fala tanto em amor e pouco se sente.
UM Feliz ano novo !!
bela reflexão. porém os que odeiam não se dão ao trabalho de refletir sobre os seus ódios! Amemos!
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