Assistimos a uma incontestável piora da qualidade do atendimento à população pelas concessionárias de energia elétrica. O aumento da ocorrência de desligamentos e as demoras significativas para o seu reestabelecimento, não tem precedentes.
Elas ocorrem por todo o país, embora a repercussão maior seja nas cidades mais populosas e importantes. No Rio de janeiro, porque além do mais, prepara-se para sediar os jogos olímpicos de 2016. Em Brasilia, porque acontece de as vezes "faltar luz", como ante-ontem, justamente onde dela mais precisam: no Congresso Nacional. Em São Paulo porque é a cidade que não pode parar...
Ao longo dos últimos tempos porém, o Recife também tem sido uma grande vítima desse mesmo mal.
Ao longo dos últimos meses, tem sido assustadora a frequencia com que se sucedem as faltas de energia, no bairro onde moro (Parnamirim). Na pane mais recente, faz apenas dois dias, o tempo para re-estabelecimento foi sem precedentes: demoraram quase 13 horas!
A causa disso que estamos assistindo, é apontada na matéria pouco divulgada abaixo, publicada no Jornal A Folha de São Paulo.
Concessionárias de energia elétrica que foram privatizadas, reduziram os seus investimentos, o que já se reflete na má qualidade do seu atendimento. A campeã da redução dos investimentos, é a privatizada CELPE (Companhia de Eletricidade de Pernambuco). A responsável pelas quase 13 horas sem energia que passamos ontem, e pelas que ainda vão acontecer.
Como não é possível retroceder no tempo e fazer mais adeptos a não privatização do setor elétrico, resta aos prejudicados exigirem da Aneel, que cumpra se puder, o seu papel fiscalizador. É quando muitos descobrirão tarde de mais, que na prática a teoria é outra. O ideal seria que a CELPE tivesse mesmo continuado estatal. Teríamos agora melhor qualidade de serviços e maior nível de investimento.
Continuemos então pagando energia cara e de má qualidade, conscientes agora de que quando não é mais possível corrigir só resta saber suportar. Afinal, melhorar é sempre muito mais difícil do que piorar.
Continuemos então pagando energia cara e de má qualidade, conscientes agora de que quando não é mais possível corrigir só resta saber suportar. Afinal, melhorar é sempre muito mais difícil do que piorar.
A “eficiência” privada apaga a sua luz
março 7th, 2010 às 9:55
Ainda na Folha de hoje – e não foi colocado na internet – há um elucidativa matéria sobre as razões das constantes quedas de energia que se registram em todo o país. Temporais, calor, tudo isso evidencia que as redes de distribuição estão mal conservadas e sobrecarregadas. E a reportagem deixa clara a origem disso: as distribuidoras cortaram os investimentos: nas seis com piores indicadores, este corte chegou a 30%.
Olhe o gráfico abaixo e veja os níveis a que se chegou em algumas distribuidoras, embora todas tenham reduzido os investimentos.
É evidente que as empresas dizem que não é bem assim, e que a Aneel, de novo e de novo, diz que vai multar pesadamente as empresas, multas que elas pagam, é claro, com o dinheiro do consumidor. E as ameaçam, agora, com a “nova” regulamentação que faz com que os consumidores lesados sejam diretamente indenizados, na proporção do tempo em que cada um ficou sem energia.
E não aparece um repórter para perguntar o óbvio: quem vai controlar isso? O consumidor? A Aneel? Vão instalar “apagômetros” nos relógios?
A tal “nova” regulamentação – que já existia – já tem mais de três meses. Aposto que a luz já apagou na sua casa. Assim como aposto que não deram um centavo de desconto na sua conta.
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