Ato de Apresentação da Proposta do Marco Regulatório do Pré-Sal.
No Editorial 1 da Revista Carta Capital de hoje, 09 de setembro de 2009, o seu autor Mino Carta faz uma curiosa observação, em torno do debate sobre o destino do pré-sal.
Básicamente, ele transcreve um memorável Editorial do Jornal O Estado de São Paulo, publicado faz 56 anos, o qual permanece atual. Ele mostra que as forças que àquela época se opuseram a visão nacionalista relativa a exploração do nosso petróleo, continuam a defender as mesmas opiniões.
Até aí, "tudo muito bom, tudo muito bem", o regime já não era ditatorial em 1953, ano da publicação do referido edital pois Getúlio havia sido eleito, e não o é hoje depois que ultrapassamos os tempos da ditadura militar. Como diria Millôr Fernandes, "Pensar é livre pensar, é só pensar".
A questão é que o "Estadão" estava redondamente errado ao opor-se, naquela ocasião, ao aproveitamento "das nossas prováveis riquezas petrolíferas, a custa de capital, técnicas e trabalho exclusivamente brasileiros".
Chegou a afirmar que isso redundaria no desperdício de muito dinheiro e de tempo irrecuperável, e o que vimos acontecer, foi exatamente o contrário.
Getúlio convocou o congresso a aprovar a lei de criação da Petrobrás, e foi desencadeada a campanha "O petróleo é nosso", tendo a Petrobras se tornado uma Empresa Estatal orgulho nacional, situada hoje entre as maiores empresas de petróleo de todo o mundo.
Todo um histórico de lutas pela autonomia de petróleo do país, foi finalmente alcançada durante o atual governo. Apesar de que um enorme retrocesso aconteceu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando em um só dia, ele vendeu 40% da Petrobras aos americanos. Por isso é que hoje, a Empresa tem 67% das suas ações preferenciais nas mãos de estrangeiros.
Devido aos enormes interesses econômicos em torno da exploração do nosso petróleo, e as posições extremamente conciliadoras do presidente Lula, o físico Bautista Vidal que defende o controle estatal, declarou em entrevista à Carta Capital, desconfiar de que não prevaleceriam as suas idéias para a exploração do pré-sal.
Enganou-se.
O presidente Lula "nisto não cedeu, segurou as pontas", reconheceu ele.
Afirma ainda o Dr Bautista Vidal, que "Lula repetiu Getúlio em condições diferentes e melhores".
A luta está apenas começando, e sabemos que a mídia está unida aos partidos que fazem oposição ao governo, para que a festa do pré-sal seja transferida para o Texas.
Para assessorá-los na CPI da Petrobras, cujo principal objetivo é enfraquecer a Empresa com vistas a facilitar a sua privatização, os políticos do DEM (ex-PFL), PSDB, e seus aliados, contrataram os serviços de consultores americanos que trabalham para as grandes companhias petrolíferas internacionais, portanto contra os interêsses do Brasil.
Os dias atuais, entretanto, nos permite o uso de mecanismos inexistentes à época de Getúlio - entenda-se por isso todos aqueles proporcionados pela Internet - os quais poderão ser usados no aprofundamento dessa discussão, para que seja adotada a melhor solução para o país.
O presidente Lula em frase recente, ao ironizar os Tucanos que no governo FHC, batizaram a estatal de "Último Dinossauro", para privatizá-la, afirmou:
"Meu governo deu força à Petrobrás. Passamos a cuidar com muito carinho do nosso querido dinossauro."
Cabe agora à sociedade, engajar-se nas discussões, porque o que está em jogo, é a utilização da riqueza nacional em benefício do tão sonhado desenvolvimento nacional, com a aplicação desses recursos sobretudo na educação, e na saúde.