Susan Sontag, filósofa, escritora e crítica de arte, nasceu e viveu em New York. Também foi lá que morreu na flor da idade, em 2004, quando tinha apenas 71 anos.
Obsecada pela fotografia, viveu sua última relação homo-afetiva com a fotógrafa também americana Annie Leibovitz, e escreveu o clássico "Sobre fotografia", que resultou dos seus seis ensaios sobre o assunto.
Publicado em 1977, seus editores têm razão ao comentarem que "cada página do livro levanta questões interessantíssimas e fundamentais sobre o tema, e o faz da melhor maneira possível".
Minha leitura de "Sobre fotografia" ocorre quando mais uma vez volto o meu interesse para as fotos, e passo a me ocupar um pouco mais da sua prática tranquilizante.
Não me escapam da apreciação as belas fotografias que atualmente são ainda mais abundantes.
A mim tem interessado vê-las e não apenas olhá-las. Ao estilo de quem não apenas ouve, mas realmente escuta.
Os olhos de hoje parecem ainda mais insaciáveis, e os instrumentos para apreender as experiências e compartilhá-las são cada vez mais amplamente disponíveis.
Para não me afogar de vez nesse mar de imagens que hoje nos alcança principalmente pelos meios digitais, reservei um espaço virtual para que, em especial, eu possa ali guardar e admirar as belas fotos de autoria de amigos.
Ao colecioná-las, agora percebo que de certa forma estou colecionando o mundo. E que o resultado mais extraordinário da atividade fotográfica é, mesmo, como disse S.S., "a sensação de que podemos reter o mundo inteiro na nossa cabeça".
Diz S.S. que "A necessidade de confirmar a realidade e de realçar a experiência por meio de fotos é um consumismo estético em que todos hoje, estão viciados".
No olhar daquela que tanto pensou sobre o que são as fotos, persiste assim a idéia segundo a qual a humanidade, de certo modo, continua na caverna de Platão ao regozijar-se em ver a realidade do mesmo jeito que seus ancestrais: através das imagens.
A foto de cima é de Augusto,
Foto de Chö Zang (Serginho)
Café próximo à Praça Sergel
(Sergels Torg)
Estocolmo a -21 Graus Centígrados.
21 de dezzembro de 2010.
Foto de Chö Zang.
Der Park
Foto de Chö Zang.
Stockholm Mobil.
Foto de Chö Zang
Winter - Estocolmo.
Foto de Augusto Pereira.
Gangotri (Himalaya)
Não resisti a deixar
desse jeito!
A foto de cima é de Augusto,
e mostra o Taj Mahal refletido no espelho d'agua.
A foto de baixo, é de Kleber Mendonça Filho (Klebinho).
Em Lençóis Maranhenses.
(Nela está, mostrando o vento, a sua direção e a hora do dia,
Emilie!)
E, para concluir, de uma breve antologia de citações sobre fotografia ao final do livro, destaquei as seguintes:
"Desejei reter toda a beleza que surgia à minha frente e por fim o desejo foi satisfeito." (Julia Margaret Cameron)
"A maioria de minhas fotos é compassiva, bondosa e pessoal. Elas tendem a deixar o espectador ver por si mesmo. Tendem a não fazer pregações. E tendem a não fazer pose de arte." (Bruce Davidson)
"A vida em si não é a realidade. Somos nós que pomos vida em pedras e seixos." (Frederick Sommer)
"Estou sempre fotografando tudo mentalmente, como um exercício." (Minor White)
"A câmera é meu instrumento. Através dela dou uma razão a tudo o que me rodeia." (André Kertész)
"Fotografo para descobrir como algo ficará quando fotografado." (Garry Winogrand)
"Agora se pode fotografar tudo." (Robert Frank)
Um comentário:
Um ótimo texto acompanhado de uma surpresa. Obrigado Jucá!
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