Passam de 300 as crianças que foram mortas.
Certo dia, comprei um cachorro. Um belo e bem cuidado cão boxer. Por ele paguei um bom prêço. O antigo dono, quase arrependera-se de vender. Se o fez mesmo assim, foi só para manter a palavra. Por isso foi fácil aceitar que eu o levasse, na condição de desfazer o negócio, caso o cachorro não aprovasse durante uma fase de experiência.
Em pouquíssimo tempo, meus três filhos pequenos estavam apegadíssimos ao Bismark. Era assim que ele se chamava. Um belo dia, ainda no período experimental, Bismark precisou ficar sozinho em casa. Cuidei para que ele ficasse ocupando apenas o espaço de um terraço. Deixei fechada a porta que dava para dentro de casa. Mas ao voltarmos, a porta que não ficara bem trancada, estava aberta. Bismark passara todo o seu tempo, mesmo dentro da casa.
Ele havia se comportado MUITO mal. Havia puxado o rolo de papel higiênico do banheiro, que agora espalhava-se por entre as cadeiras da sala e pernas da mesa, roído duas caixas de som, aberto a porta de um armário e espalhado pelo chão da cozinha as caçarolas. Ele também fez um imenso buraco no meu colchão, onde ali depositou as suas"necessidades" ...
Você estaria deduzindo errado, se pensasse que por isso devolví Bismark.
Ele morreu de velhice, 12 anos depois, portanto cansado dos seus longos anos caninos, e cercado de todos os nossos cuidados.
Pois bem, acabo de assistir a um Jornal do Meio Dia na TV. Não me contive com a parcialidade complascente da mídia ocidental, no rosto sem expressão do repórter que anunciava até aqui, o dia de bombardeios mais intensos de Israel contra a faixa de Gaza.
Um prédio da ONU acaba de ser bombardeado, três dos seus funcionários foram feridos, foram destruidos mantimentos de ajuda humanitária. Um hospital já fora atingido, e não é certo quantos civis resultaram mortos. Entre eles poderão estar crianças e velhos, pois o exército Israelense tem matado indescriminadamente, além de usar o phosphoro branco. Artefato proibido, e que provoca terríveis queimaduras no corpo e danos irreversíveis a quem o aspira. Para maiores detalhes, pergunte ao Alí Químico.
A metáfora então me veio expontâneamente:
Israel está para o meu cão Bismark, assim como a ONU está para mim.
Fica a reflexão sobre se teria razão, quem um dia afirmou:
"Deus é contra a guerra, mas fica do lado de quem atira melhor."
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